terça-feira, 13 de janeiro de 2009

CONDENADA A SER LIVRE

A condenação da Liberdade

Sartre escreveu “Estamos condenados a sermos livres”
Tenho as minhas dúvidas acerca desta condenação...

Não quero ser livre! Não sentir que não faço parte de lado algum, ou que as minhas raízes são intemporais. A graça da Liberdade está em ansiá-la todos os dias e saber que não é verdadeiramente o que se deseja.

Não se quer não ser de parte alguma,
Não se sonha não receber um abraço de um amigo,
Não se anseia o silêncio que esmaga,
Não se deita fora uma recordação,
Não se engole eternamente um lágrima desgostosa,
Não se luta por uma Liberdade que condena mais do que liberta.

Sou livre até onde quero, até onde os meus pensamentos me deixam, até onde as convenções sociais aceitam, até onde os meus olhos alcaçam. Nem mais nem menos... a minha Liberdade é espartilhada de laços de irmãos, de memórias de amigos, de aventuras de infância, de sonhos inalcaçaveis, de ansias de rapariga quase mulher, de estudante.

A decisão de sair do País e respirar uma nova vida nem sempre é a mais valente, até pode ser que seja a mais cobarde delas todas. Só há uma Liberdade que eu quero, é aquela em que sou eu que escolho em que caminho me quero perder. Hoje, agora e aqui, o caminho está em Salamanca.

É aqui, por entre linhas e pensamentos.

‘Escreve para não perderes a lucidez... verdadeiramente Livre’ – Obrigada Pai!