terça-feira, 15 de setembro de 2009

Até já!

A viagem nesse mundo Salamanca chegou ao fim... com ela, também este blog deixa de fazer sentido.

Este Verão foi diferente de todos os outros Verões, foi amargamente doce.

Até já a quem seguiu as aventuras,
um eterno até já.

http://tres-e-demais-onossoblog.blogspot.com/

quarta-feira, 17 de junho de 2009

houve lua, houve praia, houve mergulhos, houve passeio de mota - houve um regresso ao que se pode chamar

VERÃO!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

estou de volta...

temia isto, temia o regresso do mau tempo, temia o desfazer das malas, temia a volta a uma casa cheia de gente.

temia as despedidas que foram tenebrosamente cheias de lágrimas e promessas de amizades eternas, temia o desfazer da casa, temia a entrada no país, temia um regresso a uma vida que não sei porquê não me parece a que deixei para trás.

temia e temo.

estou de volta e sinto-me bem!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A Incerteza da Certeza

A certeza de que sei as coisas assusta-me, esta mania de duvidar de tudo o que me rodeia transforma-se num obstáculo muito alto para o meu cavalo.

Acabo de reler os apontamentos de Publicidade, aparentemente está tudo na ponta da língua. Mas só aparentemente, porque a certeza de que sei as coisas dá-me mais incerteza que já saber de cor os apontamentos.

Não me sai da cabeça o chumbo redondo de economia, e se até aqui me tinha rido do assunto, neste momento preocupo-me seriamente. O exame tem cinco perguntas, coisa rara para o método espanhol - cinco perguntas que eu espero que sejam de desenvolvimento para eu subir na escala de valores à medida de casa frase.

Estou uma pilha de nervos, não tenho sono apesar do cansaço ser visível na minha cara, de sentir a cabeça descolada do corpo e afins. Quase que me apetece continuar as arrumações - é parvo, devia descansar a cabeça, 'os miolos', como diz a minha Mãe. 'Vai descansar os miolos, eles morrem e não voltam a nascer'. Desconfiará a Senhora das noites que por aqui andei sem dormir?

Cheguei à brilhante conclusão que me ando a publicitar porque tenho um blog, um facebook, um hi5 e dois correios electrónicos.

Estou demasiado cansada.
Fui um ano lectivo complexo, saiu-me do pêlo tudo o que aprendi, tudo o que passei e tudo o que vivi.

Profissionalmente, foi um reforçar de teorias e uma aprendizagem louca de práticas.
Pessoalmente, ainda não percebi o verdadeiro balanço. Mais independente? Mais capaz? Melhor? Conceitos demasiado subjectivos para serem quantificados. Qualitativamente, obteve saldo positivo - não tenho dúvidas.

A certeza que quero chegar a casa e sentir-me pequenina nos braços daquelas gentes, deixa lugar à incerteza da certeza dos meus conhecimentos.

Não estudo publicidade, mas sei que compreendê-la é uma mais valia na minha formação profissional. Só tenho medo de não falar a mesma língua que o Professor.
Ocorre-me que nos andamos todos a publicitar, será verdade?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Gelado de Morango

É o Dia de Portugal, e eu estou em Espanha.

É feriado em Portugal, e eu estou em Espanha.

Amanhã é dia de Corpo de Deus, e eu tenho exame de Publicidade.





Comecei o dia no duro cá em casa, tira fotografias, postais, forras de armário, faz máquinas de roupa, engoma cortinados, lava janelas, pendura cortinados, faz malas, lava a loiça, arruma armários, acondiciona comida, arrasta móveis... a casa está um pandemónio parecido ao da semana de chegada. É engraçado ver que o começo e o fim se assemelhem a um campo de batalha.

Faltam menos de 48 horas e não consigo explicar o que sinto. É um misto de ansiedade, com saudosismo, com alegria... é demasiada coisa ao mesmo tempo.

Disse ao V.C. que só as crianças conseguem descrever sentimentos, lembro-me sempre de uma história que uma Professora minha contou na aula, passou-se no jardim da Estrela. Ia um passeia da pré pelo jardim e a professora disse aos meninos:

- Ali têm rosas, vejam que bonitas!

- De que cor são as rosas, Professora? - perguntou um aluno cego.

A professora viu-se atarantada e...

- São da cor do gelado de morango. - respondeu outro aluno


A simplicidade da resposta arrepia. Sempre que quero descrever os meus sentimentos penso o que diria uma criança.

Por isso, hoje o meu coração está triste de contente.

terça-feira, 9 de junho de 2009

e porque eu gosto mesmo de fazer declarações, declarei que vou jantar piza e beber coca-cola.

isto porque descobri que a Senhora Minha Mãe sabe mais de power point do que eu, porque me informou que vai estar mau tempo no fim-de-semana em que eu chego - já este, para os mais distraídos - , porque me informou que o meu irmão Manel está preocupado com o meu regresso a casa - tem medo do meu barulho (?), e porque tenho comida congelada à minha espera... vão todos para Armação!!!

também declaro que se estiver a chover vou deitar fora todas as tralhas velhas do meu quarto côr-de-rosa, vou despejar a garagem de lembranças vazias, vou re-decorar o meu quarto côr-de-rosa, vou ver C.S.I esparramada no sofá, vou desligar o telemóvel e vou ser anti-social uma vez na vida.

também declaro que se não chover, mas estiver dia de caca vou fazer o mesmo, se calhar sem a parte do telemóvel - uma pessoa gosta de ususfruir do extreme quando regressa ao país.

declaro ainda que se a semana que se segue não me presentear com sol e belos dias de praia não vou sair de casa - vou deprimir, vou ver televisão até morrer e vou usufruir da minha net wiriless.

a pizza chegou e o senhor ofereceu-me magnuzinhos... e eu sinto-me mais feliz um bocadinho, ainda que injustiçada.

é que é só porque dia 22 começo a trabalhar e gostava de matar as saudades que tenho de praia!

mentira, afinal estou um bocadinho irritada, não é coca-cola mas sim pepsi. e no entretanto tive que ir pôr um ar menos estudioso para abrir a porta... e não me aptecia!

imaginem os tesourinhos deprimentes que os senhores das pizas não vêm no dia-a-dia? - vou escrever sobre isto.

declarações feitas, por enquanto.


ah, mais uma. também informei a Senhora Minha Mãe que tinha chumbado a economia.
descobri que adoro declarar coisas, por isso declaro que:

amo o motor de busca do google.
Há coisa mais chata que estudar publicidade quando só se quer chegar a casa?

Há coisa mais aborrecida que olhar para as fotocópias e saber-se que já se chumbou a um exame?

Há coisa mais deprimente que não ter saído de casa hoje?

Há coisa mais entediante que ainda ter que ler uma serie de coisas sobre publicidade, produto, consumidor, criatividade?

Há coisa mais feliz do que faltarem três dias para te ver?

Duvido.
Duvido.
Duvido.
Duvido.
Duvido.

Rosa Pitanga


Para dez meses, dez coisas que adoro em ti:

1- adoro quando me guardas café com leite de manhã


2- adoro quando me dás mimos porque tenho aquela cara de “Nobita à Beira das Lágrimas”


3- adoro quando escolhes a minha roupa em dias de telha


4- adoro quando me desafias para uma ida às compras


5- adoro quando abres a porta de casa e gritas: “XUXAAA”


6- adoro quando saltas do sofá e fazes disparates


7- adoro quando temos noites de meninas


8- adoro quando me chamas à razão e me levas a escolher uma nova panela de pressão


9- adoro quando és sensata e não me deixas fazer disparates


10- adoro quando me deixas divagar sobre a teoria do raio do paralelo e no fim só dizes: “não te massacres”


segunda-feira, 8 de junho de 2009

Senhoras e Senhores

O meu computador possui no dia 8 de Junho de 2009 o equivalente a oito dias de música.





Só foi possível graças ao pilhamento que fiz ao portátil da Tancy. Gracias wapa.
Vim fazer Erasmus para declarar, com profundo sentimento, que tive a nota mais baixa da minha vida:

1 a economia.

Vou desistir de perceber a conjuntura mundial e dedicar-me à pesca, ou então casar com o primeiro Ruben que me aparecer à frente e apoderar-me da sua conta bancária... acho que prefiro a pesca... é no mar!

Cinderela

“Cinderela, Cinderela, todo o dia trabalhando,
Lava a roupa, varre o chão... lalalalala
Um vestido para ela, para a pequena Cinderela”

Se a memória não me traí, o clássico Disney, traduzido para Português do Brasil tem uma músiquinha assim. É Domingo, chove e faz frio – a Maricotas virou Cinderela.
Sem a parte do Príncipe, e do sapatinho, e do vestidinho.
(Confesso que marimbava bem na parte do Príncipe, não acredito neles, e) ficava com o sapatinho e o vestidinho.

Faltam cinco dias. Comecei as limpezas profundas para a entrega da casa, irrita-me. Se entregasse a casa mesmo sem a limpar estava mais limpa do que quando a recebi. Gostava, volta e meia, de não ter escrúpulos e ser igual ao estafermo do meu senhorio.

Gostava que os armários da cozinha estivessem a colar, gostava que a gaveta da máquina de lavar roupa tivesse bolor em jeito de cogumelos, gostava que o pó dos armários estivesse em forma de cotão, gostava que os azulejos da casa-de-banho estivessem cinzentos, gostava que a casa cheirasse a mofo, gostava que as baratas voltassem a aparecer para eu as pôr num frasquinho e deixá-lo à porta de casa dele, gostava que as janelas da cozinha estivessem oleadas, que as outras estivessem sujas, que os cortinados brancos continuassem cinzentos.

Se assim fosse, eu entregava a casa tal como a recebi – foram essas as condições. O senhor vai ficar com uma casa limpa como nunca teve, a cozinha brilha, a gaveta da máquina não tem bolor, o pó dos armários é irrisório, os azulejos da casa-de-banho estão limpos (como é normal!), a casa não cheira a mofo, as baratas encolheram-se com o frio, as janelas deixam ver o mundo que há lá fora.

Garanto que não é porque a casa tem que ser entregue, é mesmo porque as casas têm que ser limpas, e por cá isso é UMA VEZ POR SEMANA, e não uma vez de dez em dez anos.

Não sei, acho que é normal. Digo eu.

Enquanto fazia uma bela quiche, apercebi-me que estive o dia todo a fazer de Cinderela, mas não ganho nem Príncipe, nem sapatinho e tampouco vestidinho.

Aceitam-se doações.

domingo, 7 de junho de 2009

Es una pasada, de verdad, te lo juro

Há poucas coisas como um Sábado de chuva na vida.

Eu tenho cá para mim que os Sábados de chuva deverião ser dias estipulados pela Constituição Europeia de 'Dias de sofá, chá e filmes ranhosos'.

Ontem, quando acordei decidi que ia fazer do dia alguma coisa de jeito - primeiro passo: engomar a roupa que havia nas gavetas.

Segundo passo: ir comprar a Vogue e lê-la enquanto bebericava um chá com a pequena Tancy.

Terceiro passo: porque não ver um filme enquanto almoço?

Quarto, e o mais importante: ORGANIZAR O MEU ITUNES! Isso sim, foi um passo de valor num dia de chuva e frio.


Já a coisa ia bem sucedida, saí de casa para ir de pinchos com os espanholitos. Foi uma noite bastante bem passada - até porque abri mão dos remédios e bebi umas cañas. Afinal de contas era o último Sábado Erasmus.

Picámos em dois bares diferentes e foram momentos muito bem passados. A caminho de casa passa um Tío por nós que nos encaminha para a Rua Mayor, alegou que havia concertos e magia a propósito da Feira Internacional da Arte... bem, se o Tío diz que é 'una pasada, de verdad' porque não desviar caminho e espreitar?

E que belo desvio!! Uns loucos a tocarem clássicos do rock, um senhor cantando sevillanas, uma senhorita contando histórias, outra em cima do piano cantarolando músicas de amor - uma pessoa não resiste à arte nas ruas. Como é que se passa indiferente a um concerto ao lado da catedral? Ou como é que não se sentem arrepios ao ouvir cantar o amor em frente à Casa das Conchas e da Ponti?

A rua estava côr-de-rosa, os artistas também vestiam cor-de-rosa, as pessoas envergavam óculos 3D cor-de-rosa. Mal se andava na rua... e a magia aconteceu. Ali, com vento e frio, com sono e desconfortável, a expressão artística encheu-me a alma. Tive a certeza que estou no curso certo, que quero organizar muitos eventos assim.

Depois de um copinho breve só de niñas, vim para casa e deitei-me a pensar porque raio é que em Lisboa não existem Feiras Internacionais da Arte que arrastem multidões de todas as cores, raças e feitios para a rua?

Vêem? Os Sábados de Chuva deverião ser dias para uma pessoa não fazer nada e poder ter noites de pura magia.



Macaco vai dar um concerto na minha Plaza Mayor - dia 12. O dia em que eu tinha programado chegar a Lisboa. Há um dilema em mim, ir ou ficar?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

silêncio, aqui estuda-se

Já tenho dito, várias vezes, que sou uma defensora acérrima de arte nas ruas. Depois da minha passagem pelo mundo da COW PARADE LISBON, tornei-me defensora da cultura na ruas, para quem passa, olha, vê e sente a manifestação do artista.

Curioso. Estou a fazer um trabalho há mais de três semanas sobre a história do teatro e da política, já lhe dei tantas voltas que já devo ter escrito mais que 300 páginas a letra 12 e sem espaço 1,5. A entrega é amanhã, dei tantas voltas que estou afogada nas minhas teorias de nada.

Tudo muito bonito, esta coisa da arte nas ruas – MAS DÁ PARA NÃO DAR CONCERTOS DE METALICA NA PLAZA MAYOR QUANDO EU TENHO QUE PENSAR E SÃO ONZE DA NOITE?!

É que é mesmo só porque eu gostava de poder divagar um pouco mais, e porque a música metalica para mim é um ruído sonoro e nem se deveria poder chamar de música. Juro que se não tivesse exame amanhã me era igual a tinto, juro até que se a minha janela não desse para a algazarra que vai na rua eu até me me incomodava. Se bem que são onze da noite, e eu acho que às onze da noite de um dia de semana não há o direito de se produzir tanto ruído sonoro.

Sim, já sei que é a Feira Internacional da Arte, e vocês até sabem que eu sou dada a estas coisas... mas por favor! Outro dia a vitória do Barça, hoje o concerto mais barulhento da história.

Sim, estou de mau feitio e quase a matar-me por me ter posto a fazer um trabalho destes – fazer o quê? Se o concerto não me incomodasse, se o exame não fosse às nove da manhã e se o mundo vivesse em Paz, o meu mau feitio não tinha razão de existir.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

trabalha sff

Ainda não percebi muito bem porque é que na altura de exames e trabalhos parvos e aborrecidos tenho verdadeiras diarreias mentais e tenho que vir a correr até aqui para despejar as bufas.

Leio qualquer coisa e puf... divago um pouco! Leio mais um pouco e pah... aquele crómio do autor não percebe nada disto. Viro a página e catapuf, tem toda a razão senhor!

E depois viajo mais um bocadinho, vou ali até ao Verão de 2008, mais conhecido pelo Verão Boda.

Releio o email da Sininho e morro novamente de felicidade.

Se estiver mesmo em modo estudo checo o facebook e cusco a vida alheia... ah boa! Porque é que as pessoas têm facebook? e porque é que eu tenho facebook? sei porque é que o tenho, mas não posso assumir em pleno espaço aberto e público.

Se calhar era muito boa ideia desligar a net, ah ups, não posso! Esta porra deste trabalho que faz a ponte entre a história do teatro e da política não me deixa longe da RAE (Real Academia Espanhola). Mas porque é que raio é que eu me meto a fazer trabalhos destes? Podia tão bem ter traduzido um trapo qualquer para espanhol e entregar! Mas não... a moça gosta de se perder em livros e teóricos de cachimbo.

Estou há mais de três horas aqui, a Constança disse que vinha cá ter e ainda não apareceu... será que caiu na banheira? Provavelmente não, ficou em casa a trabalhar enquanto não precisa de net. Por isso, deixa de olhar para o relógio, não sejas tonta.

No entretanto do teatro, ainda tive tempo para me enlear com mais umas coisinhas para escrever - agora deu-me para defender a teoria que caminhamos para o 'nada que é tudo' do mito. E no meio de tudo isto, o Pepe, o próprio do Professor, vai ter que enrolar muito cigarrinho antes de ser pôr a ler o que este estrupício vosso amigo escreveu. Porque o disparate é tanto que ou os anjos estão comigo, ou o fumo o baralha.

E pronto... parece que dia 12 é mesmo o dia. Está quase quase... e eu só quero abrir a porta de casa e inalar o cheiro. Depois, talvez, vá até aos Santos. Diz que parece ser uma festarola bem engraçada - eu cá não sei... tenho uma tendência natural para me esquecer das noites de Santos. E já entrei no campo da ironia.


VAI TRABALHAR MARIA!
VAI TRABALHAR E NÃO SEJAS PREGUIÇOSA.

Cartas e boas novidades

Cartas e boas novidades tornam a manhã de hoje uma manhã muitíssimo feliz!!!

Bom dia minha gente!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Voei

Por muitas voltas que se dê ao pensamento há sempre a necessidade de extrapolá-lo para outros lados. Não quero com isto dizer que não se volte sempre, e invariavelmente, ao mesmo sitio.
Eu volto. E muito.

Volto às tardes de Verão em S. Martinho, às tarde de gomas em Leiria, às tardes de estudo em casa, às tardes de passeios de bicicleta – volto, sempre, a um passado que foi meu e já não me pertence.

Como hoje voltei a uma Salamanca que já não é a minha.
Acordei às 6 da manhã ensopada em suor, o corpo colava, a sala acusava restos de uma noite em frente ao computador a ver 90210. Arrastei-me até à cama... rebolei. Tinha demasiado calor, as alergias continuavam a lutar contra os antihistaminicos. O pensamento voou.

Fui até 27 de Setembro de 2008.
Era Sábado, a Avó estava na cozinha com o seu chá matinal, o seu robe preto de rosas senhoriais, a Mãe acordou-me com mimos, o Paizinho tinha um ar de poucos amigos, o Kiko arrastava as muletas pela casa. No corredor as malas atulhadas de edredons, secadores de cabelo, livros, fotografias, roupa, desejos de um ano inesquecível.
Senti medo nessa manhã. Senti um medo inconfessável na altura. Acho mesmo que só o A. é que se apercebeu do medo que me consumia a partida. (Obrigada.)

Quando cheguei, o medo deu lugar a curiosidade, a planos vários, a demasiadas expectativas. A cidade era amiga, acolhedora, secretamente misteriosa e amavelmente desconhecida. Lembro-me do cheiro da casa, das ruas cheias de gente, dos vizinhos, do nojo acumulado pelos anteriores habitantes do meu challet.

Trazia comigo um caderno que a Mary me ofereceu de presente de 21 anos, a capa é cor-de-rosa, tem pequenos pormenores que definem a minha identidade, a primeira página diz “Uma Aventura em Salamanca”, as outras não são mais que aglomerados de palavras que calam pensamentos em linhas seguidas.

Fui eu durante quase 9 meses. Sou eu agora. E tanto mudou.
Quando iniciei o blog tinha em mente ir contando o que por aqui se passava, queria dar voz a uma Maria Erasmus. Queria que os estilhaços salmantinos chegassem a cada leitor com o entusiasmo com que eu os vivia.
Acho que nunca iria conseguir não falar sobre o que realmente me ia na cabeça. Esse é mesmo o meu maior problema. É ter que extrapolar (novamente esta palavra?) o que me vai na cabeça. A minha primeira página no diário de PAP, (Prova de Aptidão Profissional), se a memória não me atraiçoa, diz qualquer coisa como “pensamentos da alma, fragmentos de sentimentos” e foi sempre esta a minha política de escrita.

E de pensamento.
E de relações.
E de expectativas.

E passaram quase 9 meses e a minha vida mudou. E quando hoje, ao sair para beber café, olhei de soslaio o espelho da entrada, percebi que hoje não sou mais a Maria de 27 de Setembro, que os estilhaços de Salamanca serão mais que as aventuras contadas a quem passa os olhos ao de leve pelo blog.
São as etapas que por aqui passei, são as marcas que deixaram as noites de medo e angústia, são as tardes de pipocas e filmes, são as manhãs de leite com café a ler o Expresso on line, são os ensinamentos de uma cultura que me fascina mais do que me desilude. São as amizades que ficam nas calles, são as músicas trauteadas em jeito de Marco Paulo, são as relações que se construíram do dia para a noite, são os amigos que ficaram no Portugal dos Pequeninos e apoiaram, é a família que fez falta, foi a Maria que mudou.

Não é a mesma esta que escreve sem olhar para o ecrã. E presunção a minha achar que volto e tudo está na mesma – todos mudámos. Foram 9 meses e as coisas mudaram no cruzamento de espaço e de tempo que faz a acção.
Estupidamente, acho que só eu é que parei para pensar que mudei e não sei quando, nem como, nem porquê.
A fórmula foi-se fazendo dia-a-dia, o resultado está à vista. Não há ninguém que me convença que não posso fazer aquilo que quero. ‘Ser mujer y ser joven es una combinación explosiva’
hoy tengo ganas de amarte y decirte al oydo que te quiero... el partido acabó hace mucho tiempo.

borboletas para mís bombones

Hoy prometi a ustedes que iba a escribir en castellano.

Hoy, una vez más en nuestras vidas, hablamos de relaciones... y me pregunto, ?porque siempre se habla de relaciones?

No será porque mientras se habla se aprende algo - seguro que no. Se así fuera ya tenía el master en relaciones... !todavía sigo en la guardería!




Hay veces en que sentimos que el suelo vuela para lejos de nosotros, hay una mirada que nos pone rojos. ?Qué es esto a que se llaman amor? ?Cómo sabemos que alguién es especial?

Si lo miramos bien, seguro que nos enteramos que es como un juego. Un partido de futbol o de poker... hay que jugar con tactica, con ganas de ganar... cuando perdemos, hay dentro de nosotros un dolor que consume la alma como fuego. Cuando ganamos hay una fuerza de vivir indiscritible.

Me pregunto, tantas y tantas veces... ?cómo se junta el cepillo de dientes con alguién por toda la vida? El problema no es cepillo, que se cambia - se supone-, es la misma persona todos los dias, por la mañana, todos los dias por la noche... cuarenta navidades, cuarenta semanas santas, cuarenta cumpleaños.

Tiene que haber un segredo, algo que nos haga amar a alguién de una manera que nos haga doler las tripas cuando no se estay junto. Me pregunto, ?quiero saber esto segredo?

Hay borboletas... sí que las hay. Hay borboletas con el chico de la barra, hay borboletas con el chico de la playa, hay borboletas con el futuro nobío... pero hay unas borboletas que se quedan por la vida.

Hay, seguro, una persona que me deja el cielo a los pies, me quita el suelo, me pone roja - lo sabe. Seguro que lo sabe. Por toda mi vida me va poner roja... pero es un juego que no podemos jugar, no lo sabemos jugar, ni tampoco aprendemos. Me pregunto, ?será ese chico lo que la vida me ha destinado?

Hay un juego. Te ponen las cartas, pero nunca sabes cuando es BLUFF o es verdad.
Sigo con mí vida, aprendo unas nuevas jugadas, hay por allí alguién especial, que me va a poner roja. No va ha ser hoy, ní mañana. Creo que va venir. Sólo pido que cuando aparezca, yo sepa que es el hombre de toda mí vida.





Bombones, después hay unas personas que nos hacen borboletas, pero allí nunca perdemos el juego. Se llamam amigos. Gracias.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

e se??

e se hoje, quando saí do exame de economia, tivesse feito o que queria?

ainda bem! ainda bem que correu bem, e que eu vou ter nota de relevância...


ODEIO ECONOMIA, PREÇOS DE MERCADO, FÓRMULAS E EXAMES TIPO TEST A DESCONTAR.


ODEEEEEIIIIIOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Economía y relaciones personales - !lo mismo!

Se bem me lembro, quando me inscrevi em Economia, tinha a sede de aprender e compreender esta sociedade.

O exame é amanhã - surpreendentemente, tem-me dado imenso gozo estudar. O único problema mesmo é decorar as mil fórmulas para tudo e mais um par de botas e perceber porque é que é para a direita e não para a esquerda.

Depois segue-se a minha incrível capacidade analista das coisas - e no meio de tudo isto eis que surgem as novas metáforas para relações interpessoais em conceitos económicos.

Agora é que a festa vai começar - depois de perceber os riscos de investimento, as taxas de interesse composto, e o real valor do capital humano, posso fazer verdadeiras alegorias sobre relações. No fim, traduzindo tudo a gráficos simples e cheios de corezinhas para simplificar a leitura, sei quando a relação pode ser jogada ao Tejo rapidamente.

Estarei a assar de vez?
Faltam 16 dias...


O Barcelona GANHOOOOOUUUU! E com isto houve barulho na minha janela até às 3 da manhã... francamente! Uma pessoa ama viver no centro, mas em vésperas de exames e com tudo bebado pelas ruas, o caso muda de figura!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Estilhaço by Rodrigo

Toca o telefone:



_ Quando souberes viver sem mim ganhas um Nobel...



_ Olha, tchau! Vou Já desligar!



_ Estava a brincar! Diz!



_ Descobri uma fonte no Alamedilla! Mas está seca...



_ Ah boa!



Blah blah blah...



_ Beijinhos, bom trabalho.



_ Beijinhos, bom estudo!



Toca o telefone, é uma mensagem:



_ Descobri um lago com patos e cisnes

Boa! Continua a descobrir essas coisas que eu vou continuar a tentar estudar economia!
Quando chegar a Portugal azucrino-te a cabeça com mensagens:

"_ Descobri que se passar mais de seis horas seguidas na praia me apetece uma noitada de caipirinhas e muita fiesta... queres vir?"


É favour ler o veerde à mouda do Pourto...



Vai dormir Maria, amanhã tens que continuar a desvendar a economia e a refutá-la com ideias utópicas!

Alucino e sou segregada?!

Alucinei e desta foi de vez!
Alguém me pode passar crédito se eu jurar que me cheirou a mar hoje à tarde?
Definitivamente estou a dar em louca – bati no fundo do poço outra vez.

Hey kid, i need you! - 25 de Maio de 2008



Segregação no exame?!

Iniciei hoje a temporada de exames deste último semestre. Para mal dos meus pecados saiu tudo aquilo em que eu não me sentia à vontade para discorrer...

Primeiramente, a matéria ia desde a Belle Époque até aos dias de hoje, a professora é uma picuinhas e perguntou coisas que não interessam ao Menino Jesus e eu tenho a certeza que, no final, ninguém ficou a saber mais do que já sabia de História. Um facto é que depois de ter tido aulas com o Professor Adérito, poucas pessoas terão a capacidade de me pôr a estudar o século XX com tanto entusiasmo – é por isso que uns são pedagogos e outros são professores!

Quando entramos na sala começou o fandango. Alunos aprovados no primeiro controlo para a esquerda, alunos chumbados para a direita – segregação em pleno século XXI. Mas o melhor é descobrir que, afinal, as espanholas têm dias de olheiras, de más caras e de maus penteados! Em dia de exame nas primeiras horas da manhã, elas abrem mão das infinitas horas ao espelho e tornam-se pessoas normais. Qual Cinderela ao bater das doze.

Posso dizer-vos que assim que olhei para o exame comecei a rir... primeira pergunta: nem ideia. Segunda pergunta: meia ideia. Terceira pergunta: um terço de ideia, esclarecida entre dentes junto da Tancy. Quarta pergunta: ideia absoluta, mas segundo as minhas palavras e não as do autor do livro de leitura obrigatória, por isso muita uva, pouca parra.


Como estes exames são respondidos por tópicos, e aqui sinto tanto a falta dos meus de desenvolvimento, acabei-o muito cedo. Tive imenso tempo a reparar na cabulice que ia no auditório. No lado dos chumbados, as folhas eram mais que muitas, de auxiliares de memória, claro está. O que me surpreendeu, é que do lado dos aprovados não vi grandes kits outfits, nem grandes penteados, nem grandes maquilhagens. O que me leva a crer que do outro lado estarão as pirosonas todas: BINGO!

A professora é conhecida por atirar os exames ao ar, a típica característica que se atribui aos professores que dão notas sem aparente justificação – eu já sei porque é que a aparente justificação desta senhora não está à vista dos mais despistados. A senhora passa as pessoas normais, a senhora chumba as pirosonas, as caras que nunca viu nas aulas, os cromos se serviço e as loiras muito loiras com cara de toupeira.

Aqui está! Segregação de alunos por outfits e não por mérito. - 25 de Maio de 2008




domingo, 24 de maio de 2009

É domingo e chove lá fora, amanhã começam os exames.

Troveja... eu tenho medo da trovoada. Não sei quando comecei a ter medo da trovoada, nem porquê. Mas tenho. E muito, demasiado.

Começam os exames e eu começo a não ter vontadinha nenhuma de estudar!

:)

Boa Semana!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

R R R

Há coisas que nos ficam para sempre na cabeça, quando o meu irmão mais velho acabou o curso, e enquanto não dava asas à sua genialidade no mundo da publicidade, andou a fazer uma campanha para a Reciclagem.

Lembro-me que um dia cheguei a casa e tinha um mega eco ponto, com tudo assinalado para ninguém se perder. Passaram alguns anos, 5,6, talvez 7... a mania da reciclagem pegou lá em casa de uma maneira incrível. Até a minha Mãe recicla e refila quando alguém coloca o que não deve no lixo orgânico.

Como somos uns animais de hábitos, viver sozinha não me deu para a preguicite e também aqui eu reciclo. Parece tudo normal até aqui, mas a coisa perde a sua normalidade quando hoje de manhã me lembrei dos primeiros tempos cá em casa.

Fazíamos, (ainda fazemos), muito lixo. Eram os restos mortais da viagem e da mudança, as primeiras compras de supermercado, cartões em barda, e quando nos apercebemos do longe que estava o eco ponto a coisa começou a ficar drástica.

1º - não era um local de passagem obrigatória;
2º - era tão longe como atravessar a Av. de Roma;
3º - o lixo ia crescendo à porta de casa.

Um belo dia, cansadas de tanto lixo e já com muito para despejar, estamos a sair do elevador e um dos caixotes abriu-se aos pés de um vizinho - cenário: copos partidos, embalagens, beatas, maços de tabaco, garrafas de álcool... um espólio de vida boémia muito pouco apropriado para se prostrar aos pés de alguém que não me conhece.

A caricatura da cena valeu fortes gargalhas depois de tudo limpo, a idiotice chegou.

Já vos falei do Fontana, o café onde vamos todos os dias, é só atravessar a rua, é de passagem obrigatória, vamos lá mais que uma vez por dia... E NÃO REPARÁMOS NO ECO PONTO QUE ESTÁ À SUA FRENTE E POR ONDE TEMOS QUE PASSAR PARA ENTRAR!

Escusado será dizer que a partir daí a reciclagem ficou bem mais acessível e passível de ser feita, o lixo não tem grande validade nesta casa e a malta recicla, renova e reinventa!

Não serão bem estes os sinónimos dos três R's - mas eu gosto deles assim.



p.s.- fui acusada de viver em Salamanca e não passar todos os dias na Plaza Mayor... servir-me-á a carapuça se quem a fez nem visitou ainda a cidade? Não creio.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Elementar, meu caro!

Há duas coisas que as mulheres não dispensam nunca. A primeira será necessariamente uma tarde nas compras com as amigas e um cartão recheado, a segunda é comprarem roupa a metade do preço.

Elementar, tão elementar como um fim-de-tarde regado a minis e composto por amendoins, tremoços e pevides, para os homens.

Uma das coisas mais fantásticas que Salamanca tem são as suas lojas e os seus preços sempre com ofertas especiais. Por isso, e ao longo de oito meses, há um percurso que tenho feito pelo menos uma vez por mês: CENTRO COMERCIAL EL TORMES.

Imaginem, caras leitoras, um outlet Mango do tamanho da Zara do Chiado, agora imaginem a colecção especial da Penelope a menos de 50%... já babam? E para vos adocicar a leitura a loja também oferece variadas escolhas de vestidos e carteiras – um sonho tão grande como um fim-de-semana na EuroDisney.

Como bom projecto de senhora que sou, também recorro sempre ao hipermercado, e aí a aventura vira uma animação pegada: O MERCADONA tem uma variada gama de produtos de beleza a tuta e meia, uns equipamentos que não servem para nada mas que me tiram do sério, coisas como preparados para fumar salmão, escovilhões de aparelho, latinhas de tamanho individual. Uma preciosidade pitoresca ao mais alto nível.

Nestas tardes de excursão a Santa Marta de Tormes, há sempre um ritual intrínseco, um ritual que, como tantos outros, se perderá em menos de um mês. Hoje foi dia de cumprir o ritual, Mango, H&M, e MERCADONA. Ironia das ironias nenhuma de nós trouxe mimos para os armários, só comida e cremes de beleza.

E sim, as compras são mesmo uma terapia, caros leitores. São o ginásio preferido de uma mulher – quanto mais não seja pelo facto que experimentar roupa em vestiários pequenos, com o calor que faz, é igual a uma ida ao sauna.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Minha Querida Plaza Mayor


Minha Querida Plaza Mayor,


não sei como um dia vou esquecer os momentos que me proporcionaste.


Foram tardes de sesta, foram cartas escritas em tom de saudade, foram macdonald's comidos no teu chão, foram conversas ao sabor de um gelado de yogurt e morango, foram cafés para tratar a ressaca, foram as luzes de Natal e a tua enorme árvore, foram milhares de fotografias...


Foi no teu centro que aprendi a célebre música do álcool, foi contigo que celebrei a passagem d'ano universitária, é por ti que passo quase todos os dias e sempre que entro em ti sei que vou olhar à minha volta ... respirar fundo. Há em ti milhares de milhões de estórias, muitas serão de outrora, de um tempo que já lá foi, outras serão como as minhas, estórias de alguém que veio parar a uma cidade com recantos de mistério.


Minha Querida Plaza Mayor, ontem, já o dia ia longo fui até ti, quis, mais uma vez, gritar bem alto:


AQUI VOU SER FELIZ!!!


Falta-me o ar de louca para o fazer, mas não me posso ir embora sem que a loucura me desprenda das convicções sociais! É importante, é eficaz e essencial.


Sorte dos que um dia cruzaram o seu caminho contigo,

vais deixar saudades minha querida Plaza,

demasiadas saudades,


Até Sempre,

Maria


segunda-feira, 18 de maio de 2009

Obrigada, Gina!

Minha Querida,

obrigada por teres trazido um cheirinho de casa, um cheirinho de Timor e muita amizade!

Obrigada por teres vindo, teres deixado a tua marca e teres partido deixando saudades.

Obrigada pelo fantástico jantar, pelas horas de conversa e pela amizade.

Obrigada minha Pequena Grande Mulher!

Talvez

Talvez seja tempo de dizer:

SALAMANCA, TU MATAS-ME!


De Sábado para Domingo sonhei com praia, bikini, sesta, amigos, mar, as minhas Avencas... quando acordei descobri que não ia ganhar mais que um banho na minha pequena e mísera banheira.

Talvez seja este o sinal que aqui a minha vida está com os dias contados, e que por muito que queira que os próximos tempos sejam inesquecíveis, sei que quando chegar o Verão está à minha espera!

Talvez seja tempo de mudar e fazer um novo caminho:

Salamanca - Lisboa.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Para ti, JAI HO MOR











mi corazón esta colgando en tus manos

Carlos Baute

"Quiza no fue coincidencia encontrarme contigo
tal vez esto lo hizo el destino
quiero dormirme de nuevo en tu pecho
y despues me despierten tus besos
tu sexto sentido sueña conmigo
se que pronto estaremos unidos

esa sonrisa traviesa que vive conmigo
se que pronto estare en tu camino
sabes que estoy colgando en tus manos
asi que no me dejes caer
sabes que estoy colgando en tus manos

(estribillo)
te envio poemas de mi puño y letra
te envio canciones de 4.40
te envio las fotos cenando en marbella
y cuando estuvimos por venezuela
y asi me recuerdes y tengas presente
que mi corazon esta colgando en tus manos
cuidado, cuidado
que mi corazon esta colgando en tus manos

no perdere la esperanza de hablar contigo
no me importa que dice el destino
quiero tener tu fragancia conmigo
y beberme de ti lo prohibido
sabes que estoy colgando en tus manos
asi que no me dejes caer
sabes que estoy colgando en tus manos ~

(estribillo)
cuidado, cuidado mucho cuidado,cuidado
no perdere la esperanza de estar contigo
cuidado, cuidado mucho cuidado,cuidado
quiero beberme de ti todo lo prohibido
cuidado, cuidado mucho cuidado,cuidado
quiero amanecer besando toda...
toda tu ternura mi niña,
mi vida te necesito"


Há momentos, em que pomos mesmo o coração nas mãos de outrém, quando ele cai... dói!
E há outros em que ele está bem nas mãos das JAI HOS e aí, ele nunca vai cair, e estará sempre seguro.

Os quiero guapitas
JAI HO

Tenho a certeza!

Agora tenho a certeza de uma coisa...

A mensagem chega...

"Minha querida, pode não ter muita importância aquilo que penso, mas aquilo que escreveu até hoje, uns dias é uma lufada de ar fresco,outros um pensamento profundo,outros um sorriso,outros uma lágrima que teima em saltar...Quanto mais não seja, é um arquivo que deve guardar e continuar mesmo que só para si (o que eu não acredito) para MAIS TARDE RECORDAR!!!!Vá, cabeça para cima e P' frente que é o caminho!"

Foi uma das respostas que recebi ao último estilhaço publicado!
Obrigada quem lê, quem não cala um estilhaço em maneira de lágrima que não pode nem vai saltar!

Tenho a certeza de uma coisa! Falta um mês e há coisas que ainda estão por fazer!
Não as deixarei por mãos alheias!

Amanhã chega uma grande pessoa! Uma das minhas amigas que fez o curso de Teatro comigo - é uma pessoa especial, como todas as que durante três anos lutaram por serem mais e melhor!

Vem cheia de garra para conhecer a cidade e traz mimos da sua Querida Mãe para as emigras... oba oba!

Ontem fui beber um caña SEM ÁLCOOL com o Rodrigo! Conversa puxa conversa e lá ficamos nós perdidos em considerações de Portugal versus Espanha, Porto versus Lisboa, vida, relações, lembranças do nosso S. Martinho do Porto... um fim de tarde que sabe bem por terras de Espanha!

Espero que os próximos tempos tragam novas aventuras e novos estilhaços!

Por aqui ficarei até que a alma me doa, as mãos deixem de teclar e o pensamento de trabalhar!

VIM PARA FICAR!
AQUI VOU SER FELIZ!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

E se...?

E se, pela primeira vez, este blog estiver a deixar de fazer sentido?

E se ele nunca fez sentido?

E, afinal, quem lê o que para aqui ponho?

E se, por uma vez na vida, não me apetecer escrever nada pelo simples facto que não tenho na escrever?

E se, pela primeira vez na vida, não tenho nada para dizer ao mundo?

E se, por um breve instante, um dia passares por aqui saberás quem sou?

E se, parar e pensar... sei que me falta um mês e começo a sofrer por antecipação! MEA CULPA!


Novo desafio: 'O Teatro como Expressão Política'...

E se, o Professor não gostar?

E se... sabes?

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Capitalistas e Jai Hos

Os últimos tempos têm sido tão intensos que tem-me sido impossível actualizar o espaço do blog.

Depois da visita do Tomaca e do Vasquinho, as Jai Hos vieram até Salamanca e posso garantir que a cidade tremeu de quinta a domingo!

Encheram a cozinha de mantimentos, trouxeram boa disposição, abanaram os rabos e os capacetes na noite local e no fim deixaram a saudade do fim.

A pouco e pouco o fim da meta aproxima-se e há no ar um sabor agridoce... hoje garanto que matava por um mergulho no mar, uma tarde nas Avencas. Amanhã já não devo matar ninguém para além da Jai Ho Aloucada...

Obrigada por terem vindo!
Beijinhos a todas!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Declaro que:

tive uma semana intensa, onde:
me apeteceu matar um espanhola,
continuei a não tocar em álcool,
aprendi a fazer poker face,
cozinhei uns fantásticos crepes,
recebi os meus amores,
entreguei um trabalho horroroso sobre a coca-cola,
apanhei sol,
fui a ciudad rodrigo,
ri que nem uma maluca,
apaixonei-me pela minha vida,
e em sete dias o Challet vai ter mais que 15 pares de pés a pisá-lo!

Oh Yeah!
Aqui eu sou tão feliz!!!

domingo, 26 de abril de 2009

yo quiero bailar toda la noche

Provei mais uma teoria fantástica! E é tão bom saber que tenho razão!

Ao longo dos tempos os meus amigos têm-me vindo a designar de esponja, nome que recuso aceitar e pelo o qual não respondo, no entanto e não obstante tenho que admitir que a minha estada por Lisboa por épocas de Páscoa foi bem regada.

Um facto inegável e que me vai fazer provar a teoria que é possível sair à noite e não tocar em álcool vão ser os próximos meses da minha vida, por sinal também os últimos em Salamanca! Por motivos de saúde (ai que coisa tão pomposa!!!) não posso tocar em álcool até fins de Junho... e mesmo assim, caros leitores, a noite tem um encanto especial!

Yo quiero bailar toda la noche! E foi mesmo isso que eu fiz ontem, depois de muitos bares, os pés já acusavam as maleitas de quem continua a insistir nos saltos altos, a cabeça tinha uma moinha mas eu tinha a barriga cheia de diversão! E hoje, bom hoje acordei sem restos de ressaca, fui mega produtiva pela manhã e sinto-me lindamente por poder comprovar a teoria que eu gosto mesmo é de dançar até altas horas da manhã.

Descobri um bar fantástico que está a festejar a Feira de Sevilla... imaginem a boa música e o bom salerooo!

Boa semana,
Beijinhos a todos,
Maria Bailarina




O Tomaca e o Vasco chegam hoje... ui ui!

sábado, 25 de abril de 2009

obsessões chegaram ao fim!

Com o passar do tempo esqueci-me que já estou em Abril e que por isso já passei o meu mês das obsessões!

Bolas!!! Há uma delas que não consigo largar, nem quero! Melendi, a sua voz rouca, a riqueza musical, a inteligência das letras... Melendi vem a Salamanca dia 27 de Setembro, e sabem quem não vai perder por nada deste mundo? EU!!!

Beijinhos!

Apresentações

Irene
Damián y Juanita

Óscar y Juanita


Jessica y Juanita



Hoje sinto-me incrivelmente inspirada, ou então não me apetece continuar a olhar para a marca Coca-Cola com os olhos de quem analisa uma empresa... por isso está na hora de vos apresentar aqueles que, de uma maneira ou outra, marcaram os dias de Salamanca e tornaram tantas e tantas vezes os dias mais alegres!

Jessica Otero Ely, nascida a 20 de Março de 1986. Tirou tradução na Universidade de Salamanca (USAL) e agora está na Pontifícia (UPSA) a tirar o Master em Publicidade. É a única pessoa que eu conheço que nunca se emborrachou, nunca acordou de ressaca e se lembra sempre das noites... acho que está a precisar de um rally Ginjinha para ver o que é bom para a tosse.

Damián Fernández Rodriguéz, nascido a 25 de Dezembro de 1986. Também tirou tradução na USAL e está agora na UPSA no Master de Publicidade. Como bom Gallego que é tem uma enorme paixão por Portugal e o seu ponto alto são as noites em que divaga pelas ruas de Salamanca a gritar calão português – é a pessoa com quem eu brindo mais.

Irene Rivero Bañuelos, nascida a 4 de Junho de 1985. Para não escapar à tradição também andou na USAL em tradução e seguiu o Master em Ciências Empresariais na mesma instituição. É de Santander, e como todas as pessoas que vivem bem pertinho da praia carrega consigo as noites de fiesta pura e dura, é a pessoa que conhece mais pessoas por metro quadrado.

Óscar Mora García, nascido a 16 de Janeiro de 1985. mais um menino de tradução da USAL que seguiu para a UPSA para o Master de Publicidade. É um mimo de pessoa, está sempre pronto a ajudar e parece viver para a faculdade, foi ele que me disse que tinha a vida hipotecada aos estudos. Sabe todas as músicas que tocam pela noite dentro.

Depois, não me posso esquecer da Juanita... a nossa tuga que nos acompanhou ao longo do 1º semestre e que tem a cabeça sempre no ar. Festa é o seu nome do meio... por agora encontra-se a acabar o curo na Católica em Lisboa. Te digo, mi amor, si a ti te gusta a mí me encanta.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

futuro... ?cuándo llegas?

'el futuro empieza cuando la certidumbre de nuestras vida termina' - o meu já começou!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Tentei, em vão, reiniciar os meus estilhaços assim que cheguei a casa. Pus a cafeteira a funcionar, olhei pela janela e comecei a divagar. Quando dei por mim apercebi-me bem das voltas que a minha vida deu nos últimos tempos, demasiadas voltas para que eu possa reabrir este blog e ele continue a fazer sentido na linha que seguia outrora.

Por isso mesmo, e porque a poesia diz sempre o que a alma tem medo de exprimir a melhor maneira de recomeçar é com Pablo Neruda:

“Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem destrói o seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is"
a um turbilhão de emoções indomáveis,
justamente as que resgatam brilho nos olhos,
sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
quem não se permite,
uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante,
desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!”

Pablo Neruda

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Emoções Fortes - J.B.

Mais uma vez volto a empacotar as roupas, os sapatos, levo comigo os sorrisos dos manos, os mimos da Mãe, as cores do mar, o cheiro da praia.

Em pouco tempo regressarei de vez, há qualquer coisa neste último regresso que me assusta, tanto que passei a manhã a evitar enfrentar as malas. Sei que volto por muito pouco tempo, que vou estar em trabalhos, exames e últimos olhares daquela que foi a minha cidade este ano.

A vinda a casa, na Páscoa, deixou-me a certeza que onde quer que esteja, a minha morada é onde estão as pessoas que me fazem felizes, que me abraçam com saudades, que me ralham com preocupações, que me acompanham as maluqueiras de uma noite, que se passeiam comigo sem rumo, que ficam por muito tempo no silêncio dos quilómetros.

Foram dias de emoções fortes, de descobertas de limites, de novas aventuras, de alguns erros, de muita diversão. Não sei, como sempre, agradecer a cada um de vocês os bons momentos, por isso só vos posso garantir que regresso dentro em breve para mais estilhaços... para mais momentos de apostas altas.

Por agora, e aqui,
Até Já Portugal,
Hasta Pronto Salamanca!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Maria Gaivota

Há umas semanas atrás, em conversa com o J. que está a viver em Madrid, ele disse-me que não via uma gaivota desde Agosto... caiu-me a ficha naquele instante.

É claro que vi uma gaivota depois de Agosto do ano passado, nunca me tinha era apercebido que ver ou não ver uma gaivota implica estar perto ou longe do mar - e aí está o verdadeiro busilis! Aí reside toda a magia de uma tarde numa esplanada a ver o mar, aí reside a magia de uma noite de estrelas, aí reside a essência de uma manhã em minha casa. É aqui, perto do mar, com o grasnar das gaivotas, (caio na tentação de atribuir o grasnar à gaivota, se estiver enganada, por favor corrijam-me), que me sinto em casa, numa casa onde o cheiro a torradas salta da cozinha e se ouve o borbulhar da água na cafeteira porque está na hora do chá.

Tanta magia me trouxe uma gaivota neste minha estada por Portugal, tanta que nunca me esquecerei que foi ela, a gaivota, que me fez ver como é bom regressar aos braços da família, ao conforto dos amigos, à cumplicidade de uma cerveja numa qualquer ruela do Bairro Alto!

A Gaivota da minha vida, apareceu neste ventoso Abril de 2009, e vai marcar todos os Abris da minha vida - têm sido dias de demasiado entusiasmo, em que o objectivo se resume a uma ficha de poker... minha querida Gaivota, ainda bem que aqui chegaste! Hoje, agora e aqui - ainda sou mais feliz do que era quando me fui embora e não te dava o devido valor. A magia do momento está em saber como tê-lo e gozá-lo até ao fim.

Boa Páscoa meus amigos,
Obrigada por tudo o que temos passado juntos,
Aquele abracinho forte,

Maria Gaivota




P.S.- A Avó ligou do Brasil... ia morrendo! Não ouvia a sua voz há três meses... foi tão bom!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

via Parede

Caros leitores,

encontro-me em casa! Naquela casa que cheira a casa, que tem as pessoas habituais de minha casa, aquelas coisas que sabem a casa!

Cheira-me a mar da janela, há estrelas no céu!

Aqui, eu sou tão feliz!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Estilhaços em fotografia















Mercado de Abastos de Zamora



Dos Pijos Llamados Ginebras










































Plaza de España


Os Dez Mandamentos do Challet

domingo, 29 de março de 2009

Estou em séria contagem decrescente para me prostrar nas Avencas e deixar de lado o frio que assaltou Salamanca este fim-de-semana!

Como será possível que na sexta-feira me passeasse de calções e top e hoje tenha acordado com neve?

Como eu odeio estas diferenças de temperatura!

Enfim,
boa semana minha gente,
até sexta... ao vivo e a cores!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Não há Bela sem Senão

Há coisas que marcam toda uma relação de cumplicidade, senão vejamos... cerca das 17hrs, jardins da Catedral, depois de muitos morangos, muita música e muito sol:

- Ah! Ainda bem! Vem agora uma brisa, que bom! – digo eu, já farta de tanto calor

- Sabes qual é o mal da brisa? – pergunta a Constança prostrada na relva

- Humm - faço um ligeiro aceno negativo

- É que depois ela traz o cheiro o a m%$#@! É como o Desembarque na Normandia, primeiro foi refrescante depois deu m%$#@!

E a malta larga aquela gargalhada de uma amizade que tem anos de momentos como este!

não está esquecido!

Prometi que vos apresentava os meus amigos espanhóis esta semana, é um crime mas ainda não vai ser esta semana. Quero que a coisa seja feita com popa e circunstância – por isso me aguardem!


Este fim-de-semana há mais festa da rija! Para além de termos visitas, há mais botellóns!

terça-feira, 24 de março de 2009

A minha janela, a minha estrela

Ontem, enquanto me embrulhava para adormecer, reparei que da minha janela se via uma estrelinha muito brilhante.

É tão estupendo! É que a minha janela dá para a parede de um prédio sem janelas, e a única coisa que ela deixa ver é que essa mesma parede foi pintada à bruta por alguém sem o mínimo carinho à trincha e à tinta. Por isso, quando ontem vi que deitada, virada para o lado esquerdo e toda torta, como adormeço desde que me lembro de ser gente, reparei que havia uma estrela no céu que brilhava lá no alto, lembrei-me de todas as vezes em que as pessoas especiais da minha vida me disseram que seriam uma estrela no céu a olhar por mim.

Estupidamente adormeci com a certeza que ela ali sempre esteve, e senti-me mais acompanhada!

Hoje, o céu está encoberto e não vejo a minha estrela... mesmo assim, sei que amanhã ela vai lá estar e que eu vou adormecer a olhar para ela.

E, mesmo sem estrela a brilhar, sem quem está desse lado a olhar por mim,
Obrigada!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Meu querido e estimado tempo...

Por muitas pragas que tenha rogado à cidade ao longo destes meses, há nela qualquer coisa que me deixa num estado de embriaguez que não posso explicar porque as palavras nem sempre chegam à verdadeira essência dos factos.

O tempo foge-me das mãos como areia, e nem por isso eu corro com mais pedalada do que no início – antes pelo contrário, deixo que ele me conduza lentamente até ao que um dia vai ser, mais do que hoje, o fim, aquele fim que um dia chega sempre e que deixará as saudades vivas de um tempo em que a minha mochila estava no norte de España.

Não sei o que se segue depois, ou por outra até sei. Segue-se o que se segue na ordem natural das coisas, estágio, primeiro emprego, uns anos depois um mestrado do outro lado do Oceano, umas viagens loucas à volta do mundo... o normal, disse eu? Hoje um amigo meu disse-me ‘Vais quando? Quando tiveres preocupada com a carreira, as férias marcadas ao minuto e uma carrada de filhos?’ – respondi-lhe mais rápido que o pensamento. ‘Tenho tempo!’


E não será esse o mal dos que nada fazem de jeito na vida? O terrível pensamento de que ainda se tem tempo, que se tem todo o tempo do mundo e que amanhã também pode ser o dia? É provável que seja o mal de todos os génios de gaveta, de todos os escritores de páginas que não ousam dar a ler, de todos os pintores de passatempo – não condeno. Ou até posso condenar, a genialidade deve ser partilhada, as estórias que fazem parte da nossa história também devem ser partilhadas, a arte é de todos quando é arte. O que condeno é esta coisa da minha cabeça de ‘tenho tempo’! Pode ser que não tenha tempo nenhum, se amanhã me passar um camião por cima ainda me falta fazer uma serie de coisas, se amanhã ficar com amnésia será que alguém um dia vai publicar o que nunca tirei da gaveta?

E se nada disto acontecer? Mesmo que um camião não me passe por cima e eu tenha uma vida longe de percalços farei tudo aquilo com que sonhei aos 21 anos? Ou terei um dia coragem de dar a outros o que escrevi?


Viajo até ao poeta – aquela personagem poeta que tanto atemoriza os alunos do secundário. Sento-me ao lado dele... olho-o de soslaio, tenho um respeito enorme por todos os que um dia publicaram o que a caneta desenhou em suas mãos, mesmo que não seja uma obra-prima, um Nobel, um Pulitzer, mesmo que não passe de BD ranhosa dos jornais espanhóis.

E volto a olhá-lo:

– ‘Diz-me poeta, ainda tenho todo o tempo do mundo?’ –

Não obtenho resposta. De de hoje em diante o tempo que tenho terá que ser o necessário para concretizar as coisas de primeira instância, depois até pode ser que faça as de segunda, se for uma miúda de sorte farei as de terceira e se a sorte for uma constante concretizarei todos os meus sonhos – que na sua infância não são mais que ser feliz da melhor maneira possível, com a sabedoria que vou absorvendo, com a curiosidade que vou tendo e com a liberdade de quem pode sentar-se num banco de jardim e sorrir aos pássaros que passam.


Esta é uma das razões porque esta cidade me fascina, porque as pessoas parecem ter mais tempo que o normal, porque há pais que brincam com os filhos no jardim ao fim da tarde, porque há tempo para três dedos de conversa com a vizinha, porque há gente por todos os lados nas ruas, porque os séculos e os milhões de pés que pisaram estas ruas não apagaram a magia da Ciudad Dorada. Porque aqui, o meu tempo dá para sair da faculdade a meio da tarde, passear nas ruas, fazer recados, lanchar, responder aos emails, trocar dedos de conversa com o Sr do café, acabar os trabalhos de casa, sentar-me no jardim e finalmente deixar que os passarinhos me transportem para a sua vida despreocupada de tempo, decisões e caminhos.

sábado, 21 de março de 2009

Bons instintos!

Adoro quando os meus instintos são os correctos!
Cerca das onze da noite saí de casa, depois de muitas voltas dar ao outfit lá me decidi por ir toda de preto com uma simples bolsa roja e um pormenor no relógio – ninguém poderia apontar-me o dedo quanto à falta de rigor temático. Como sabia que a noite ia ser longa parei no habitual Fontana para ingerir cafeína, bem me tramei porque os espanhóis desligam as máquinas cedo de mais, e lá fui eu com o meu gin e as minhas águas tónicas até casa da Jessica.

(Falha minha nunca vos apresentei decentemente os meus amigos espanhóis, por isso prometo esta semana uma apresentação conveniente!)

Quando lá cheguei tudo estava a rigor, a malta tinha levado a sério o tema, parecíamos uma reunião de Rojos ao mais alto nível, escusado será dizer que as piadas se centraram nisso mesmo... enfim, em Espanha é melhor não abrir muito a boca quanto à política, o livro que estou a ler explica bem que o silêncio é a melhor opção. Sangria em panelas, animação no ar, muita música, muita disposição e estava o mote dado para uma noite de várias danças e variadas brincadeiras.

Às vezes, é inevitável, a noite salmantina irrita-me, era importante que a de ontem corresse bem para me voltar a divertir por estas terras! E assim foi! Depois de muitos copos e da comum fotografia de grupo lá saímos de casa em magote, qual fila de colónia de férias – aqui sai-se em magote para qualquer lado, e rumámos a um bar na Gran Vía, falha minha não sei o nome, de qualquer das formas posso assegurar-vos que o ambiente é óptimo e a música faz as delícias da minha pessoa! Um remember das noites de Plateau com um saborzinho a noite espanhola – é o bom de sair à noite com amigos que tiraram tradução, gostam mais de música estrangeira do que da espanhola, fogem à normalidade da fauna salmantina.
A música ia tomando conta de nós e, como vai sendo da praxe, às páginas tantas já todos somos amigos para vida, eternas promessas de amizade, abraços comovidos, e o certo é que quando nos abraçamos e dizemos ‘te quiero há qualquer coisa de muito confortante nesse momento. Talvez eles não saibam que marcam a nossa vida a cada troca de palavras, se calhar nem lhes passa pela cabeça que são o mais próximo de uma família, mas eu sei que foram eles que me mostraram tantas vezes que, aqui, a vida passa demasiado rápido.

Por volta das cinco da manhã a manada seguiu o seu caminho e eu recolhi a casa – sem café a noite não podia ir muito mais longe que as cinco – e os meus pés pediam misericórdia... porque é que as mulheres são tão masoquistas no que toca a saltos altos?!

Hoje acordei com uns réstios de noite, tomei aquele banho que sabe por uma vida inteira e rumei até uma mesa de esplanada, eu, o meu café, a minha fiel água com gás e uma rodela de limão, o fantástico livro “Os Fantasmas de Espanha” e o meu amor eterno, o sol! E por ali me quedei algumas horas, deixando que a minha mente fosse esboçando este estilhaço e que a presença da Primavera me viesse visitar.

Segue-se mais uma noite hoje, desta vez o grupo é todo Erasmus e o jantar é na Van Dick, a rua onde todas as portas vão dar ao fantástico mundo de pinchos e cañas!

Boa noite caros leitores,
Que a Primavera vos surpreenda e que a boa disposição tome conta de vós,
Maria

sexta-feira, 20 de março de 2009

algo me diz...

Algo me diz que este fim-de-semana vai ser de arromba!

A Pia veio passar uns dias, a Jessica faz anos, a Primavera já chegou e a malta tem saudades de leitão preto e afins!

Para voltar ao passado era preciso que a Tancy cá estivesse e a Juanita também tivesse vindo, mesmo sem as suas presenças tentaremos fazer jus às suas animadas pessoas e não nos esqueceremos delas num brinde pela noite salmantina!

Está um dia lindíssimo... a noite promete! Mesmo quando tema é ROJO - a única palavra que eu não sei, de todo, dizer em español!

WELCOME TO THE FIESTA!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Dia do Pai

Será um cliché pelo mundo da blogoesfera... até pode ser que seja um grande cliché, mesmo para mim que fujo deles como o Diabo da cruz, mas é um cliché que não quero deixar passar!

Por aqui está um dia fabuloso, o termómetro marca 27 graus, acordei com uma chamada da Tancy, que por esta hora deverá estar esparramada numa qualquer praia da capital... levantei-me, andei a deambular pela casa silenciosa, liguei os computador e zarpei até aos habituais sites.

De repente ocorreu-me a ideia! "Hoje é Dia do Pai, é por isso que estás em casa e não na faculdade!!!" - é verdade, por aqui é feriado!

Tentei a muito custo lembrar-me de alguma coisa especial que dê para congratular os meus Pais à distância de 500km, por isso aqui vai:

ao Pai João um obrigada pelo incentivos de escrita, de canto e de felicidade;

ao Pai Carcaça um obrigada pelos mimos, as chamadas de atenção, os filmes, as palhaçadas e aquela sempre boa disposição;

ao Pai Tio Rebola um especial obrigada por ter estado sempre na cortina de fundo a aplaudir as vitórias e a apoiar as derrotas...

Aos meus três Pais, e a cada um de uma maneira tão especial que não sei transpor em palavras, quero que saibam que sou uma filha muito feliz!

FELIZ DIA DO PAI!
FELIZ DIA DOS FILHOS!

Maria

quarta-feira, 18 de março de 2009

às vezes...

Sempre achei que a minha estada aqui ia provar a minha teoria que não preciso da presença de um homem para sobreviver à vida doméstica...

Hoje, e na última meia hora da minha vida, a minha teoria caiu por terra! Quando abri a porta da minha casa-de-banho tinha lá dentro um pombo, mesmo em cima dos meus cremes... por favor!!! É capaz de ser o bicho que mais nojo me mete, que mais me repudia e que me deixa petrificada!


Um pombo na minha casa-de-banho, quando estou sozinha em casa e não tenho um homem para quem ligar a pedir ajuda é que não!!!

Eu fiz um estendal, eu matei as baratas, as melgas, arredei moveis, furei parede, colei armários fiz tudo direitinho e sem nunca precisar da presença masculina.

Agora um pombo?!?! Um pombo é demais!!! Até para mim!!!
só há uma coisa a fazer depois de se acabar de ver o último episódio de Sex in the City...


- Hey Kid, You Are The One!

terça-feira, 17 de março de 2009

Catálogo de Chefes Para a Mesa 5

Sempre me encanitou a preocupação humana de dar nomes às coisas, de encaixar tudo no sitio certo. Parece que há uma necessidade de estar tudo impecavelmente catalogado, registado e nomeado de símbolos e signos.
Há uns dias que ando com esta ideia utópica de tentar fugir aos catálogos sociais que nos são impostos desde pequenos – digo utópica porque se torna quase tão impossível como concretizar a ‘UTOPIA’ de Thomas More.

Ainda ontem perguntava a uma amiga como estava a vida amorosa dela, disse-me que tinha andava a ver um rapaz, bombardeei-a de perguntas, possível namorado, caso, amigo colorido?! É estúpida esta necessidade de se dar logo um título a alguém só pela segurança que esse título nos pode trazer. Fiquei a pensar no que ela me disse –‘ não sei o que é mas estou feliz!’ – simples! Talvez por isso seja tão complicado para a sociedade aceitar a simplicidade das coisas...

Se o assunto já estava quase a morrer na minha cabeça, a minha aula de Auditoria Cultural veio reanimá-lo com fortes choques. O tema de hoje eram as empresas e os tipos de gestão que existem – para isso a senhora bombardeou-nos, durante 3 horas sem intervalo, com uma alegoria de árvores, troncos, ramos, folhas e frutos... comecei logo a bufar! Como é que é possível que alguém se dê ao trabalho minucioso de catalogar as relações de poder nas empresas de tal maneira que se torna impossível fugir à standartização da teoria?! Uma empresa de publicidade é uma empresa nuclear, tem um espírito e a materialização desse espírito está na capacidade de inovação e aventura de quem nela trabalha!
Que bonito! E logo salta a Senhora com a teoria de que os frutos apodrecem – boa! E como apodrecem também os produtos das empresas podem entrar em putefracção. E por aí fora... devo ter feito uma cara de tal maneira expressiva que o meu colega do lado me perguntou se eu achava aquilo uma palhaçada, respondi-lhe que sim!
E acho! Mais que uma palhaçada acho um circo ao mais alto nível de exigência corporal, custa-me a crer que as empresas sejam tão espartilhadas por conceitos que se dão em modo de missa numa aula de 4º ano de Publicidade. Partindo da premissa que as empresas são feitas por pessoas e para pessoas só a comunicação poderá ser a ponte entre elas... quantos anos se andou para definir comunicação?! Chegou-se a algum conceito universal e indiscutível?! Se a resposta é não e se se pode sempre contornar com outras cores porque será que as relações comunicacionais que se dão nas empresas têm sempre que ser tão estudadas ao limite?
Outra das coisas que me deixou em modo trance foi a atribuição de nomes de Deuses aos altos cargos das empresas, e como para cada um desses Deuses há um desenho que pode ir desde a teia de aranha até à casa.
Sou só eu que acho isto parvo e descontextualizado? Quando começar a trabalhar em Setembro também me vou pôr a avaliar o meu chefe e atribuir-lhe um desenho e um Deus? Há uma necessidade de tornar as Ciências Sociais demasiado exactas – só nunca entendi o porquê. Ou melhor, acho que é uma luta ressabiada com as Ciências exactas, o meu Avô dizia que ‘letras são tretas’... É impossível que as Ciências Sociais um dia sejam exactas, quanto mais não seja porque são comunicacionais e a comunicação dá-se com e para pessoas... quem nos dera a todos que cada um de nós viesse com manual de instruções e talão de troca! Não é isso que acontece, cada um tem o seu manual em branco e vai escrevendo nele o que a vida se encarrega de o fazer ver, e o que para mim hoje é tido como certo não tem necessariamente de o ser para o resto da minha vida.

Vim para casa a olhar para todo o tipo de homens executivos que se cruzaram comigo, a cada um deles tentei encaixar um dos conceitos que dei na aula de hoje, e a única coisa que realmente consegui foi decorá-los na ponta da língua, porque me parece plastificada esta ideia de cada tipo de chefe obedece a regras teóricas rígidas e jamais ultrapassáveis.

Agora sei os conceitos – só não sei para que eles servirão na nossas futuras carreiras profissionais!

O Homem e esta coisa do catálogo! Somos mesmo estranhos!

domingo, 15 de março de 2009

Bom dia, barata!

Já vos tinha falado da obra de arte que a Natureza me deixou no corredor – bolor. Até já me tinha habituado à enorme mancha de várias cores que adorna a parede que outrora foi branca.
O que ainda não vos tinha dito é que há uns pequenos e repugnantes seres que habitam comigo – baratas.

Espero que a minha Tia Teresa não venha ler o blog nos próximos tempos...

Pois é! Baratinhas! Ora grandes, ora pequenas, sempre de patas para o ar e sempre no caminho da Constança. Parece que elas têm um fascínio especial pela Loirinha cá de casa, e perto de mim mal se chegam. A Natureza tem mesmo coisas que não se entendem, elas podiam escolher a minha pessoa para aterrorizar, o máximo que iam conseguir de mim era um ar de piedade e uma visita ao saguão – mas não, elas teimam em aparecer à Constança, surgem, na maior parte das vezes no quarto dela, e assombram os dias da pequena!

Hoje, enquanto varria o corredor e mirava de soslaio o bolor e a sua obra de arte, tropecei num dos pequenos seres de pernas para o ar, lá agarrei nele pelas patas e joguei-o saguão abaixo – e este pequeno gesto de agarrar numa barata levou-me até aos Verões de S. Martinho, onde as baratas habitavam o terraço e o meu Avô João, volta e meia sem a minha Avó ver, as pisava e riamos como duas crianças. Acho que foi nesses Verões que criei um carinho especial pelo bicho barata. Não tanto pelo bicho em sim, mais por aquilo que ele me faz lembrar: as chegadas da praia de mão dado com a Avó, as sestas com o Avô, os lanches na praia com os primos, os passeios de barco que eu tanto detestava, o cheiro a infância que já não volta, as ameixas comidas à mão no mercado, as chuchas que a Clotilde me comprava e que eu punha nos colares, e tantas outras coisas que me deixam nostálgica.

E não posso deixar de pensar que toda esta nostalgia me veio visitar porque, a meio da minha manhã de faxina, uma barata me veio dizer “Olá!”

Cheira a mata-bichos e espero que elas se assustem e fujam cá de casa, porque eu até posso ter um carinho especial e parvo por elas, mas ter que sacudir as sabrinas sempre que as quero calçar porque elas morrem no armário... não, obrigada!

sábado, 14 de março de 2009

publicidade... queres-me largar?

Sinceramente, começo a ficar farta de passar horas e horas em frente ao computador para fazer práticas e trabalhos de publicidade!

JÁ ALGUÉM SE APERCEBEU QUE ME ESTOU A LICENCIAR EM COMUNICAÇÃO CULTURAL? E QUE QUERO CULTURA E NÃO PUBLICIDADE?

A continuar assim acabo em Junho a saber mais de publicidade do que de comunicação cultural, e se calhar até nem faz mal! Nas minhas pesquisas para a prática desta semana descobri num blog de um amigo de um amigo meu (?queres-te cingir ao real, Maria?) que a Dove teve uma campanha nas salas de cinema... e eu penso? Escolhi eu o curso certo?

Sim, escolhi!
Enquanto houver uma única pessoa no mundo que se interesse por cultura, respire cultura e veja na cultura o grau de inteligência de um país, eu escolhi o curso certo!

Hoje, apetecia-me ir ao Teatro. Em Portugal, falado em Português, feito por Portugueses.
Não posso.
Talvez por isso mesmo me tenha atirado em voo picado pela programação de Abril, e aí vou poder ir ao Teatro e ao Cinema, e posso ler o Expresso em papel! Ah, e a Visão! E até pode ser que não faça nada disto, mas em Abril estou de férias, no meu país e não vou ter publicidade, nem auditoria cultural nem literatura para me matarem os fins-de-semana! Só vou ter o Set para passear, as Avencas para estrear, as amigas para dançar, os jornais para ler, e tantas coisas boas que me vou permitir meia hora de sonho agora mesmo!

E depois... depois minha gente! É sábado à noite e eu moro na rua do bares!

Beijinhos e saudades,
Maria

sexta-feira, 13 de março de 2009

Obsessão 3 de março de 2009

Melendi e sua voz rouca... pode ser?

Vou passear!!! AHAHAHAHAHA

NIC-PIC

Inauguração oficial dos dias sem meias, das tardes ao sol no jardim da Catedral, dos nic-pic ou pic-nic de 2009!

Ai como eu gosto de viver nesta cidade quando o sol desponta e ela fica dourada só para mim! E o sol aquece-me a pele e deixa-me em modo harpas e djambés por uma tarde em que só eu e a Natureza nos embrenhamos num livro de Pensamento Político!

Adoro, Venero a Primavera! Mesmo quando espirro uma tarde inteirinha, mesmo quando tenho comichões no corpo todo, mesmo quando as abelhas me melgam o juízo e mesmo quando não posso ir para a praia.

Amanhã é dia de festa na faculdade, haverá capea (garraiada), copos e animação para todos, professores incluídos nas festanças... no comments.

Hoje apercebi-me bem da sorte que tenho! Uma sorte que não sei porque me foi concedida mas que quero saber aproveitar até ao fim.




Os meus irmãos mais novos fazem anos hoje... queria um tele transporte para lhes poder dar os Parabéns! Como não posso espero que saibam que vos adoro muitíssimo e que quando menos esperarem estou aí para pormos a Mãe com a cabeça em água! Muitos Beijinhos Manos! PARABÉNS!!!

Bom fim-de-semana a todos,
que o sol e a Primavera vos acompanhe,
Maria

segunda-feira, 9 de março de 2009

verborreia / escritorreia

Há mesmo dias em que sofro de verborreia... por isso hoje parece-me que a vou transpor em escritorreia.

Que se lixe quem não quer ler! Não obrigo ninguém a ler. Lê quem quer!

Hoje, neste dia em que declarei as minhas obsessões ao mundo da blogoesfera, também me apetece declarar que o Ser Humano é, por norma, parvo! Qualquer que seja o seu género, cultura, idade, meio social, não interessa para o caso - a partir do momento que é um Ser Humano é parvo e pronto.

1- Tem a incrível capacidade de ser masoquista.
2- Adora ser masoquista.
3- Sabe que é masoquista e não se chateia por aí além.
4- Ouve irrepetidamente diálogos parvos e masoquistas.
5- E, Graças a Deus, ama ser masoquista.

E eu pergunto-me:

1- O masoquismo dói mais que três aparelhos na boca ao mesmo tempo?!
Sim, dói.
2- Se dói mais que três aparelhos ao mesmo tempo porque raio é que se é masoquista?
3- Sabe, dói-lhe horrores, mesmo assim não luta contra a corrente do masoquismo! Porquê?!
4- Só mudam as personagens, os diálogos são, por norma, os mesmos! Então para que é que se conversa?!
5- Ama?! Será que é esse mesmo o sentimento que se tem quando se é masoquista? Amor?

E, adivinhem só! Não tenho nenhuma resposta que satisfaça os meus desejos de resposta. Nem uma que se assemelhe a alguma coisa parecida com resposta.

E neste meu exercício de escritorreia eis que me surge uma musiquinha cantarolada por algum poeta da música que diz qualquer coisa sobre caminhos (des)cruzados. E eu volto a questionar-me sobre as relações humanas e as suas teias masoquistas.

A única coisa que me descansa nesta 2ª feira interminável é que eu sei que neste jogo de masoquismo há sempre alguém que tem o discernimento de ser um bocadinho menos masoquista que o resto da manada.

Espero um dia, ser eu essa pessoa menos masoquista. Para já, vou desligar este poeta da música que me está a consumir os ouvidos. Depois talvez vá passear por entre as ruas da cidade... quem sabe se não esqueço o normal e as suas parvas regras e me ponho por aí aos abraços?

Talvez faça isso mesmo! Vou transportar a minha escritorreia para abraçorreia. Espero que ninguém me ache louca.

Ou se calhar até sou mesmo louca!

E daí?

Indiferente!

'Tenho a minha loucura e ergo-a como um faixo na noite escura'



Só não sei porque é que esta escritorreia não me larga de vez!
Porque hoje, dia 9 de Março de 2009 tenho que dizer ao mundo que aqui e agora

ODEIO AS RELAÇÕES HUMANAS
SOU APAIXONADA PELA VIDA
ADORO TER ESCRITORREIAS QUE IRRITAM OS VISITANTES DO MEU BLOG
ADORO ESCREVER MAIS RÁPIDO QUE O PENSAMENTO


É sinal que as minhas mãos sabem mais de mim do que a minha cabeça e subitamente as coisas quando são ditas perdem o seu cunho de segredo! E como é bom não ter segredos! Melhor ainda é poder sentir-me muito mais leve agora.

Vou calar de vez este poeta da música.
Vou passear de vez pelas ruas.
Vou deixar que o meu pássaro ganhe asas e voe para bem longe do planeta masoquista.
Ainda há mais uma coisa que gostava de deixar claro nesta segunda-feira do mês de Março:

amo receber comentários... mas dá para não serem anónimos, sff?

Março - mês de obsessões

Não creio que seja uma pessoa de obsessões, acho mesmo que nunca tive uma verdadeiramente!

Por isso mesmo, este mês de Março de 2009, declaro perante os leitores de Estilhaços Salmantinos que, desenvolvi duas obsessões:

Mr Big

and Mr not so Big.


Agora sim!!! Sou uma obsessiva digna de desse nome.

Amendoeiras em flor

Regressei ontem de Zamora. Apaixonei-me pela cidade, pelas suas ruas, as suas cores as suas amendoeiras em flor. Deitei-me na relva à beira Douro e lembrei-me das tantas e tantas vezes que me deitei à beira do Sado.
Há qualquer coisa nas beiras dos rios que me deixam tranquila.

Partimos na 6ª feira, música aos berros e uma pequena malinha! Em 50 minutos abriu-se uma nova cidade e novas caras. Procuramos instalações para nos quedarmos tranquilinhas... os primeiros hostais que visitamos metiam o seu medo: Hostal Chiqui – de repente estávamos numa daquelas casas de velhotas cheias de biblots, a cheirarem a hospital e com umas camas ‘muy anchas, como no van a encontrar en Zamora, sí se quedaren por más que una noche pido a mi hija para hacer ...’ – já não ouvi mais, o cheiro incomodava-me em demasia. Segundo hostal: Hostal Luz - ok, desta vez estamos nuns balneários e ninguém me disse, cheira a cloro, as paredes são tão brancas que ofuscam e a senhora é uma besta mal criada... prosseguimos caminho, depois de algumas tentativas encontrámos o Parador. FRUTA A MAIS PARA AS PEQUENAS CHICAS DE ERASMUS... e lá fomos nós já meias desapontadas com os hotais que não eram o que esperávamos. E eis que!!! HOSTAL SIGLO XX!!! Um mimo de quarto, um mimo de senhora, um mimo de cheiro e um mimo de preço! É aqui!!!

E foi ali mesmo que pernoitamos as duas noites em Zamora. Na primeira demos uma volta de reconhecimento e jantamos lindamente num barzinho de Sidra, fomos beber um copo a um bar giríssimo em que a pista de dança era uma recriação de gruta... o cansaço venceu-nos e recolhemos ao siglo XX para dormir.
Sábado foi dia de morangos comidos no mercados de abastos, dar a volta à cidade, visitar as mil e setecentas igrejas que Zamora tem, sentirmo-nos em harmonia com a sua arquitectura do séc XII/XIII, calcurrear todas as ruas possíveis e deleitarmo-nos com a luz da cidade. Entre o Museu da Semana Santa e uns postais escritos ao sol do fim da tarde íamos a caminho do hostal e passou por nós um desfile de motas. Foi ouro para os meus olhos!

As sirenes dos batedores a abrirem caminho traziam atrás de si o maior dos desfiles de motas jamais vislumbrado pela minha pessoa. Uma delas (a do campeão do mundo de qualquer coisa) era uma junção de carrinho de choque, com nave espacial fazendo uma ode a um casino, das suas colunas saía uma música que inundava a Plaza Mayor de Zamora. Gostaria de ter tirado umas fotografias para mostrar aos interessados, mas a máquina ficou sem bateria a meio da tarde!

Jantámos arroz à Zamorana e fomos directas para a cama, o dia tinha sido longo, com muita caminhada e no Domingo havia que visitar a Catedral e o Museu. Assim foi – o Museu é pouco digno de ser chamado Museu, a Catedral é lindíssima, diferente do que já vi e como estava a decorrer a missa havia uma evolvência ainda mais sagrada.

A missa em Espanhol tem qualquer coisa ainda mais transcendente que em Português. Acho que é pela força da língua e a musicalidade estrondosa que ela tem. Como era o dia da mulher o Sr Padre falou um pouco das mulheres de todo o mundo e eu viajei até ao Brasil... quando regressei a conversa estava no amor que as mulheres podem dar tão incondicionalmente e aí pensei ‘Mas que raio!!! Este gajo persegue-me?’ – tempo para sair e me perder em considerações sobre o amor e as relações humanas enquanto regressava ao centro da cidade e me encaminhava o mais lentamente possível para o carro.

Tempo de regressar a casa e deixar que Zamora fique comigo por muitos e bons anos.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Sex in the City

o novo vicio viciante do chalet! bolas!!! como eu tenho uma relação de amor-ódio com series!

segunda-feira, 2 de março de 2009







há coisas paras as quais as palavras se tornam vazias...