quarta-feira, 17 de junho de 2009

houve lua, houve praia, houve mergulhos, houve passeio de mota - houve um regresso ao que se pode chamar

VERÃO!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

estou de volta...

temia isto, temia o regresso do mau tempo, temia o desfazer das malas, temia a volta a uma casa cheia de gente.

temia as despedidas que foram tenebrosamente cheias de lágrimas e promessas de amizades eternas, temia o desfazer da casa, temia a entrada no país, temia um regresso a uma vida que não sei porquê não me parece a que deixei para trás.

temia e temo.

estou de volta e sinto-me bem!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A Incerteza da Certeza

A certeza de que sei as coisas assusta-me, esta mania de duvidar de tudo o que me rodeia transforma-se num obstáculo muito alto para o meu cavalo.

Acabo de reler os apontamentos de Publicidade, aparentemente está tudo na ponta da língua. Mas só aparentemente, porque a certeza de que sei as coisas dá-me mais incerteza que já saber de cor os apontamentos.

Não me sai da cabeça o chumbo redondo de economia, e se até aqui me tinha rido do assunto, neste momento preocupo-me seriamente. O exame tem cinco perguntas, coisa rara para o método espanhol - cinco perguntas que eu espero que sejam de desenvolvimento para eu subir na escala de valores à medida de casa frase.

Estou uma pilha de nervos, não tenho sono apesar do cansaço ser visível na minha cara, de sentir a cabeça descolada do corpo e afins. Quase que me apetece continuar as arrumações - é parvo, devia descansar a cabeça, 'os miolos', como diz a minha Mãe. 'Vai descansar os miolos, eles morrem e não voltam a nascer'. Desconfiará a Senhora das noites que por aqui andei sem dormir?

Cheguei à brilhante conclusão que me ando a publicitar porque tenho um blog, um facebook, um hi5 e dois correios electrónicos.

Estou demasiado cansada.
Fui um ano lectivo complexo, saiu-me do pêlo tudo o que aprendi, tudo o que passei e tudo o que vivi.

Profissionalmente, foi um reforçar de teorias e uma aprendizagem louca de práticas.
Pessoalmente, ainda não percebi o verdadeiro balanço. Mais independente? Mais capaz? Melhor? Conceitos demasiado subjectivos para serem quantificados. Qualitativamente, obteve saldo positivo - não tenho dúvidas.

A certeza que quero chegar a casa e sentir-me pequenina nos braços daquelas gentes, deixa lugar à incerteza da certeza dos meus conhecimentos.

Não estudo publicidade, mas sei que compreendê-la é uma mais valia na minha formação profissional. Só tenho medo de não falar a mesma língua que o Professor.
Ocorre-me que nos andamos todos a publicitar, será verdade?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Gelado de Morango

É o Dia de Portugal, e eu estou em Espanha.

É feriado em Portugal, e eu estou em Espanha.

Amanhã é dia de Corpo de Deus, e eu tenho exame de Publicidade.





Comecei o dia no duro cá em casa, tira fotografias, postais, forras de armário, faz máquinas de roupa, engoma cortinados, lava janelas, pendura cortinados, faz malas, lava a loiça, arruma armários, acondiciona comida, arrasta móveis... a casa está um pandemónio parecido ao da semana de chegada. É engraçado ver que o começo e o fim se assemelhem a um campo de batalha.

Faltam menos de 48 horas e não consigo explicar o que sinto. É um misto de ansiedade, com saudosismo, com alegria... é demasiada coisa ao mesmo tempo.

Disse ao V.C. que só as crianças conseguem descrever sentimentos, lembro-me sempre de uma história que uma Professora minha contou na aula, passou-se no jardim da Estrela. Ia um passeia da pré pelo jardim e a professora disse aos meninos:

- Ali têm rosas, vejam que bonitas!

- De que cor são as rosas, Professora? - perguntou um aluno cego.

A professora viu-se atarantada e...

- São da cor do gelado de morango. - respondeu outro aluno


A simplicidade da resposta arrepia. Sempre que quero descrever os meus sentimentos penso o que diria uma criança.

Por isso, hoje o meu coração está triste de contente.

terça-feira, 9 de junho de 2009

e porque eu gosto mesmo de fazer declarações, declarei que vou jantar piza e beber coca-cola.

isto porque descobri que a Senhora Minha Mãe sabe mais de power point do que eu, porque me informou que vai estar mau tempo no fim-de-semana em que eu chego - já este, para os mais distraídos - , porque me informou que o meu irmão Manel está preocupado com o meu regresso a casa - tem medo do meu barulho (?), e porque tenho comida congelada à minha espera... vão todos para Armação!!!

também declaro que se estiver a chover vou deitar fora todas as tralhas velhas do meu quarto côr-de-rosa, vou despejar a garagem de lembranças vazias, vou re-decorar o meu quarto côr-de-rosa, vou ver C.S.I esparramada no sofá, vou desligar o telemóvel e vou ser anti-social uma vez na vida.

também declaro que se não chover, mas estiver dia de caca vou fazer o mesmo, se calhar sem a parte do telemóvel - uma pessoa gosta de ususfruir do extreme quando regressa ao país.

declaro ainda que se a semana que se segue não me presentear com sol e belos dias de praia não vou sair de casa - vou deprimir, vou ver televisão até morrer e vou usufruir da minha net wiriless.

a pizza chegou e o senhor ofereceu-me magnuzinhos... e eu sinto-me mais feliz um bocadinho, ainda que injustiçada.

é que é só porque dia 22 começo a trabalhar e gostava de matar as saudades que tenho de praia!

mentira, afinal estou um bocadinho irritada, não é coca-cola mas sim pepsi. e no entretanto tive que ir pôr um ar menos estudioso para abrir a porta... e não me aptecia!

imaginem os tesourinhos deprimentes que os senhores das pizas não vêm no dia-a-dia? - vou escrever sobre isto.

declarações feitas, por enquanto.


ah, mais uma. também informei a Senhora Minha Mãe que tinha chumbado a economia.
descobri que adoro declarar coisas, por isso declaro que:

amo o motor de busca do google.
Há coisa mais chata que estudar publicidade quando só se quer chegar a casa?

Há coisa mais aborrecida que olhar para as fotocópias e saber-se que já se chumbou a um exame?

Há coisa mais deprimente que não ter saído de casa hoje?

Há coisa mais entediante que ainda ter que ler uma serie de coisas sobre publicidade, produto, consumidor, criatividade?

Há coisa mais feliz do que faltarem três dias para te ver?

Duvido.
Duvido.
Duvido.
Duvido.
Duvido.

Rosa Pitanga


Para dez meses, dez coisas que adoro em ti:

1- adoro quando me guardas café com leite de manhã


2- adoro quando me dás mimos porque tenho aquela cara de “Nobita à Beira das Lágrimas”


3- adoro quando escolhes a minha roupa em dias de telha


4- adoro quando me desafias para uma ida às compras


5- adoro quando abres a porta de casa e gritas: “XUXAAA”


6- adoro quando saltas do sofá e fazes disparates


7- adoro quando temos noites de meninas


8- adoro quando me chamas à razão e me levas a escolher uma nova panela de pressão


9- adoro quando és sensata e não me deixas fazer disparates


10- adoro quando me deixas divagar sobre a teoria do raio do paralelo e no fim só dizes: “não te massacres”


segunda-feira, 8 de junho de 2009

Senhoras e Senhores

O meu computador possui no dia 8 de Junho de 2009 o equivalente a oito dias de música.





Só foi possível graças ao pilhamento que fiz ao portátil da Tancy. Gracias wapa.
Vim fazer Erasmus para declarar, com profundo sentimento, que tive a nota mais baixa da minha vida:

1 a economia.

Vou desistir de perceber a conjuntura mundial e dedicar-me à pesca, ou então casar com o primeiro Ruben que me aparecer à frente e apoderar-me da sua conta bancária... acho que prefiro a pesca... é no mar!

Cinderela

“Cinderela, Cinderela, todo o dia trabalhando,
Lava a roupa, varre o chão... lalalalala
Um vestido para ela, para a pequena Cinderela”

Se a memória não me traí, o clássico Disney, traduzido para Português do Brasil tem uma músiquinha assim. É Domingo, chove e faz frio – a Maricotas virou Cinderela.
Sem a parte do Príncipe, e do sapatinho, e do vestidinho.
(Confesso que marimbava bem na parte do Príncipe, não acredito neles, e) ficava com o sapatinho e o vestidinho.

Faltam cinco dias. Comecei as limpezas profundas para a entrega da casa, irrita-me. Se entregasse a casa mesmo sem a limpar estava mais limpa do que quando a recebi. Gostava, volta e meia, de não ter escrúpulos e ser igual ao estafermo do meu senhorio.

Gostava que os armários da cozinha estivessem a colar, gostava que a gaveta da máquina de lavar roupa tivesse bolor em jeito de cogumelos, gostava que o pó dos armários estivesse em forma de cotão, gostava que os azulejos da casa-de-banho estivessem cinzentos, gostava que a casa cheirasse a mofo, gostava que as baratas voltassem a aparecer para eu as pôr num frasquinho e deixá-lo à porta de casa dele, gostava que as janelas da cozinha estivessem oleadas, que as outras estivessem sujas, que os cortinados brancos continuassem cinzentos.

Se assim fosse, eu entregava a casa tal como a recebi – foram essas as condições. O senhor vai ficar com uma casa limpa como nunca teve, a cozinha brilha, a gaveta da máquina não tem bolor, o pó dos armários é irrisório, os azulejos da casa-de-banho estão limpos (como é normal!), a casa não cheira a mofo, as baratas encolheram-se com o frio, as janelas deixam ver o mundo que há lá fora.

Garanto que não é porque a casa tem que ser entregue, é mesmo porque as casas têm que ser limpas, e por cá isso é UMA VEZ POR SEMANA, e não uma vez de dez em dez anos.

Não sei, acho que é normal. Digo eu.

Enquanto fazia uma bela quiche, apercebi-me que estive o dia todo a fazer de Cinderela, mas não ganho nem Príncipe, nem sapatinho e tampouco vestidinho.

Aceitam-se doações.

domingo, 7 de junho de 2009

Es una pasada, de verdad, te lo juro

Há poucas coisas como um Sábado de chuva na vida.

Eu tenho cá para mim que os Sábados de chuva deverião ser dias estipulados pela Constituição Europeia de 'Dias de sofá, chá e filmes ranhosos'.

Ontem, quando acordei decidi que ia fazer do dia alguma coisa de jeito - primeiro passo: engomar a roupa que havia nas gavetas.

Segundo passo: ir comprar a Vogue e lê-la enquanto bebericava um chá com a pequena Tancy.

Terceiro passo: porque não ver um filme enquanto almoço?

Quarto, e o mais importante: ORGANIZAR O MEU ITUNES! Isso sim, foi um passo de valor num dia de chuva e frio.


Já a coisa ia bem sucedida, saí de casa para ir de pinchos com os espanholitos. Foi uma noite bastante bem passada - até porque abri mão dos remédios e bebi umas cañas. Afinal de contas era o último Sábado Erasmus.

Picámos em dois bares diferentes e foram momentos muito bem passados. A caminho de casa passa um Tío por nós que nos encaminha para a Rua Mayor, alegou que havia concertos e magia a propósito da Feira Internacional da Arte... bem, se o Tío diz que é 'una pasada, de verdad' porque não desviar caminho e espreitar?

E que belo desvio!! Uns loucos a tocarem clássicos do rock, um senhor cantando sevillanas, uma senhorita contando histórias, outra em cima do piano cantarolando músicas de amor - uma pessoa não resiste à arte nas ruas. Como é que se passa indiferente a um concerto ao lado da catedral? Ou como é que não se sentem arrepios ao ouvir cantar o amor em frente à Casa das Conchas e da Ponti?

A rua estava côr-de-rosa, os artistas também vestiam cor-de-rosa, as pessoas envergavam óculos 3D cor-de-rosa. Mal se andava na rua... e a magia aconteceu. Ali, com vento e frio, com sono e desconfortável, a expressão artística encheu-me a alma. Tive a certeza que estou no curso certo, que quero organizar muitos eventos assim.

Depois de um copinho breve só de niñas, vim para casa e deitei-me a pensar porque raio é que em Lisboa não existem Feiras Internacionais da Arte que arrastem multidões de todas as cores, raças e feitios para a rua?

Vêem? Os Sábados de Chuva deverião ser dias para uma pessoa não fazer nada e poder ter noites de pura magia.



Macaco vai dar um concerto na minha Plaza Mayor - dia 12. O dia em que eu tinha programado chegar a Lisboa. Há um dilema em mim, ir ou ficar?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

silêncio, aqui estuda-se

Já tenho dito, várias vezes, que sou uma defensora acérrima de arte nas ruas. Depois da minha passagem pelo mundo da COW PARADE LISBON, tornei-me defensora da cultura na ruas, para quem passa, olha, vê e sente a manifestação do artista.

Curioso. Estou a fazer um trabalho há mais de três semanas sobre a história do teatro e da política, já lhe dei tantas voltas que já devo ter escrito mais que 300 páginas a letra 12 e sem espaço 1,5. A entrega é amanhã, dei tantas voltas que estou afogada nas minhas teorias de nada.

Tudo muito bonito, esta coisa da arte nas ruas – MAS DÁ PARA NÃO DAR CONCERTOS DE METALICA NA PLAZA MAYOR QUANDO EU TENHO QUE PENSAR E SÃO ONZE DA NOITE?!

É que é mesmo só porque eu gostava de poder divagar um pouco mais, e porque a música metalica para mim é um ruído sonoro e nem se deveria poder chamar de música. Juro que se não tivesse exame amanhã me era igual a tinto, juro até que se a minha janela não desse para a algazarra que vai na rua eu até me me incomodava. Se bem que são onze da noite, e eu acho que às onze da noite de um dia de semana não há o direito de se produzir tanto ruído sonoro.

Sim, já sei que é a Feira Internacional da Arte, e vocês até sabem que eu sou dada a estas coisas... mas por favor! Outro dia a vitória do Barça, hoje o concerto mais barulhento da história.

Sim, estou de mau feitio e quase a matar-me por me ter posto a fazer um trabalho destes – fazer o quê? Se o concerto não me incomodasse, se o exame não fosse às nove da manhã e se o mundo vivesse em Paz, o meu mau feitio não tinha razão de existir.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

trabalha sff

Ainda não percebi muito bem porque é que na altura de exames e trabalhos parvos e aborrecidos tenho verdadeiras diarreias mentais e tenho que vir a correr até aqui para despejar as bufas.

Leio qualquer coisa e puf... divago um pouco! Leio mais um pouco e pah... aquele crómio do autor não percebe nada disto. Viro a página e catapuf, tem toda a razão senhor!

E depois viajo mais um bocadinho, vou ali até ao Verão de 2008, mais conhecido pelo Verão Boda.

Releio o email da Sininho e morro novamente de felicidade.

Se estiver mesmo em modo estudo checo o facebook e cusco a vida alheia... ah boa! Porque é que as pessoas têm facebook? e porque é que eu tenho facebook? sei porque é que o tenho, mas não posso assumir em pleno espaço aberto e público.

Se calhar era muito boa ideia desligar a net, ah ups, não posso! Esta porra deste trabalho que faz a ponte entre a história do teatro e da política não me deixa longe da RAE (Real Academia Espanhola). Mas porque é que raio é que eu me meto a fazer trabalhos destes? Podia tão bem ter traduzido um trapo qualquer para espanhol e entregar! Mas não... a moça gosta de se perder em livros e teóricos de cachimbo.

Estou há mais de três horas aqui, a Constança disse que vinha cá ter e ainda não apareceu... será que caiu na banheira? Provavelmente não, ficou em casa a trabalhar enquanto não precisa de net. Por isso, deixa de olhar para o relógio, não sejas tonta.

No entretanto do teatro, ainda tive tempo para me enlear com mais umas coisinhas para escrever - agora deu-me para defender a teoria que caminhamos para o 'nada que é tudo' do mito. E no meio de tudo isto, o Pepe, o próprio do Professor, vai ter que enrolar muito cigarrinho antes de ser pôr a ler o que este estrupício vosso amigo escreveu. Porque o disparate é tanto que ou os anjos estão comigo, ou o fumo o baralha.

E pronto... parece que dia 12 é mesmo o dia. Está quase quase... e eu só quero abrir a porta de casa e inalar o cheiro. Depois, talvez, vá até aos Santos. Diz que parece ser uma festarola bem engraçada - eu cá não sei... tenho uma tendência natural para me esquecer das noites de Santos. E já entrei no campo da ironia.


VAI TRABALHAR MARIA!
VAI TRABALHAR E NÃO SEJAS PREGUIÇOSA.

Cartas e boas novidades

Cartas e boas novidades tornam a manhã de hoje uma manhã muitíssimo feliz!!!

Bom dia minha gente!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Voei

Por muitas voltas que se dê ao pensamento há sempre a necessidade de extrapolá-lo para outros lados. Não quero com isto dizer que não se volte sempre, e invariavelmente, ao mesmo sitio.
Eu volto. E muito.

Volto às tardes de Verão em S. Martinho, às tarde de gomas em Leiria, às tardes de estudo em casa, às tardes de passeios de bicicleta – volto, sempre, a um passado que foi meu e já não me pertence.

Como hoje voltei a uma Salamanca que já não é a minha.
Acordei às 6 da manhã ensopada em suor, o corpo colava, a sala acusava restos de uma noite em frente ao computador a ver 90210. Arrastei-me até à cama... rebolei. Tinha demasiado calor, as alergias continuavam a lutar contra os antihistaminicos. O pensamento voou.

Fui até 27 de Setembro de 2008.
Era Sábado, a Avó estava na cozinha com o seu chá matinal, o seu robe preto de rosas senhoriais, a Mãe acordou-me com mimos, o Paizinho tinha um ar de poucos amigos, o Kiko arrastava as muletas pela casa. No corredor as malas atulhadas de edredons, secadores de cabelo, livros, fotografias, roupa, desejos de um ano inesquecível.
Senti medo nessa manhã. Senti um medo inconfessável na altura. Acho mesmo que só o A. é que se apercebeu do medo que me consumia a partida. (Obrigada.)

Quando cheguei, o medo deu lugar a curiosidade, a planos vários, a demasiadas expectativas. A cidade era amiga, acolhedora, secretamente misteriosa e amavelmente desconhecida. Lembro-me do cheiro da casa, das ruas cheias de gente, dos vizinhos, do nojo acumulado pelos anteriores habitantes do meu challet.

Trazia comigo um caderno que a Mary me ofereceu de presente de 21 anos, a capa é cor-de-rosa, tem pequenos pormenores que definem a minha identidade, a primeira página diz “Uma Aventura em Salamanca”, as outras não são mais que aglomerados de palavras que calam pensamentos em linhas seguidas.

Fui eu durante quase 9 meses. Sou eu agora. E tanto mudou.
Quando iniciei o blog tinha em mente ir contando o que por aqui se passava, queria dar voz a uma Maria Erasmus. Queria que os estilhaços salmantinos chegassem a cada leitor com o entusiasmo com que eu os vivia.
Acho que nunca iria conseguir não falar sobre o que realmente me ia na cabeça. Esse é mesmo o meu maior problema. É ter que extrapolar (novamente esta palavra?) o que me vai na cabeça. A minha primeira página no diário de PAP, (Prova de Aptidão Profissional), se a memória não me atraiçoa, diz qualquer coisa como “pensamentos da alma, fragmentos de sentimentos” e foi sempre esta a minha política de escrita.

E de pensamento.
E de relações.
E de expectativas.

E passaram quase 9 meses e a minha vida mudou. E quando hoje, ao sair para beber café, olhei de soslaio o espelho da entrada, percebi que hoje não sou mais a Maria de 27 de Setembro, que os estilhaços de Salamanca serão mais que as aventuras contadas a quem passa os olhos ao de leve pelo blog.
São as etapas que por aqui passei, são as marcas que deixaram as noites de medo e angústia, são as tardes de pipocas e filmes, são as manhãs de leite com café a ler o Expresso on line, são os ensinamentos de uma cultura que me fascina mais do que me desilude. São as amizades que ficam nas calles, são as músicas trauteadas em jeito de Marco Paulo, são as relações que se construíram do dia para a noite, são os amigos que ficaram no Portugal dos Pequeninos e apoiaram, é a família que fez falta, foi a Maria que mudou.

Não é a mesma esta que escreve sem olhar para o ecrã. E presunção a minha achar que volto e tudo está na mesma – todos mudámos. Foram 9 meses e as coisas mudaram no cruzamento de espaço e de tempo que faz a acção.
Estupidamente, acho que só eu é que parei para pensar que mudei e não sei quando, nem como, nem porquê.
A fórmula foi-se fazendo dia-a-dia, o resultado está à vista. Não há ninguém que me convença que não posso fazer aquilo que quero. ‘Ser mujer y ser joven es una combinación explosiva’
hoy tengo ganas de amarte y decirte al oydo que te quiero... el partido acabó hace mucho tiempo.

borboletas para mís bombones

Hoy prometi a ustedes que iba a escribir en castellano.

Hoy, una vez más en nuestras vidas, hablamos de relaciones... y me pregunto, ?porque siempre se habla de relaciones?

No será porque mientras se habla se aprende algo - seguro que no. Se así fuera ya tenía el master en relaciones... !todavía sigo en la guardería!




Hay veces en que sentimos que el suelo vuela para lejos de nosotros, hay una mirada que nos pone rojos. ?Qué es esto a que se llaman amor? ?Cómo sabemos que alguién es especial?

Si lo miramos bien, seguro que nos enteramos que es como un juego. Un partido de futbol o de poker... hay que jugar con tactica, con ganas de ganar... cuando perdemos, hay dentro de nosotros un dolor que consume la alma como fuego. Cuando ganamos hay una fuerza de vivir indiscritible.

Me pregunto, tantas y tantas veces... ?cómo se junta el cepillo de dientes con alguién por toda la vida? El problema no es cepillo, que se cambia - se supone-, es la misma persona todos los dias, por la mañana, todos los dias por la noche... cuarenta navidades, cuarenta semanas santas, cuarenta cumpleaños.

Tiene que haber un segredo, algo que nos haga amar a alguién de una manera que nos haga doler las tripas cuando no se estay junto. Me pregunto, ?quiero saber esto segredo?

Hay borboletas... sí que las hay. Hay borboletas con el chico de la barra, hay borboletas con el chico de la playa, hay borboletas con el futuro nobío... pero hay unas borboletas que se quedan por la vida.

Hay, seguro, una persona que me deja el cielo a los pies, me quita el suelo, me pone roja - lo sabe. Seguro que lo sabe. Por toda mi vida me va poner roja... pero es un juego que no podemos jugar, no lo sabemos jugar, ni tampoco aprendemos. Me pregunto, ?será ese chico lo que la vida me ha destinado?

Hay un juego. Te ponen las cartas, pero nunca sabes cuando es BLUFF o es verdad.
Sigo con mí vida, aprendo unas nuevas jugadas, hay por allí alguién especial, que me va a poner roja. No va ha ser hoy, ní mañana. Creo que va venir. Sólo pido que cuando aparezca, yo sepa que es el hombre de toda mí vida.





Bombones, después hay unas personas que nos hacen borboletas, pero allí nunca perdemos el juego. Se llamam amigos. Gracias.