segunda-feira, 30 de março de 2009

Estilhaços em fotografia















Mercado de Abastos de Zamora



Dos Pijos Llamados Ginebras










































Plaza de España


Os Dez Mandamentos do Challet

domingo, 29 de março de 2009

Estou em séria contagem decrescente para me prostrar nas Avencas e deixar de lado o frio que assaltou Salamanca este fim-de-semana!

Como será possível que na sexta-feira me passeasse de calções e top e hoje tenha acordado com neve?

Como eu odeio estas diferenças de temperatura!

Enfim,
boa semana minha gente,
até sexta... ao vivo e a cores!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Não há Bela sem Senão

Há coisas que marcam toda uma relação de cumplicidade, senão vejamos... cerca das 17hrs, jardins da Catedral, depois de muitos morangos, muita música e muito sol:

- Ah! Ainda bem! Vem agora uma brisa, que bom! – digo eu, já farta de tanto calor

- Sabes qual é o mal da brisa? – pergunta a Constança prostrada na relva

- Humm - faço um ligeiro aceno negativo

- É que depois ela traz o cheiro o a m%$#@! É como o Desembarque na Normandia, primeiro foi refrescante depois deu m%$#@!

E a malta larga aquela gargalhada de uma amizade que tem anos de momentos como este!

não está esquecido!

Prometi que vos apresentava os meus amigos espanhóis esta semana, é um crime mas ainda não vai ser esta semana. Quero que a coisa seja feita com popa e circunstância – por isso me aguardem!


Este fim-de-semana há mais festa da rija! Para além de termos visitas, há mais botellóns!

terça-feira, 24 de março de 2009

A minha janela, a minha estrela

Ontem, enquanto me embrulhava para adormecer, reparei que da minha janela se via uma estrelinha muito brilhante.

É tão estupendo! É que a minha janela dá para a parede de um prédio sem janelas, e a única coisa que ela deixa ver é que essa mesma parede foi pintada à bruta por alguém sem o mínimo carinho à trincha e à tinta. Por isso, quando ontem vi que deitada, virada para o lado esquerdo e toda torta, como adormeço desde que me lembro de ser gente, reparei que havia uma estrela no céu que brilhava lá no alto, lembrei-me de todas as vezes em que as pessoas especiais da minha vida me disseram que seriam uma estrela no céu a olhar por mim.

Estupidamente adormeci com a certeza que ela ali sempre esteve, e senti-me mais acompanhada!

Hoje, o céu está encoberto e não vejo a minha estrela... mesmo assim, sei que amanhã ela vai lá estar e que eu vou adormecer a olhar para ela.

E, mesmo sem estrela a brilhar, sem quem está desse lado a olhar por mim,
Obrigada!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Meu querido e estimado tempo...

Por muitas pragas que tenha rogado à cidade ao longo destes meses, há nela qualquer coisa que me deixa num estado de embriaguez que não posso explicar porque as palavras nem sempre chegam à verdadeira essência dos factos.

O tempo foge-me das mãos como areia, e nem por isso eu corro com mais pedalada do que no início – antes pelo contrário, deixo que ele me conduza lentamente até ao que um dia vai ser, mais do que hoje, o fim, aquele fim que um dia chega sempre e que deixará as saudades vivas de um tempo em que a minha mochila estava no norte de España.

Não sei o que se segue depois, ou por outra até sei. Segue-se o que se segue na ordem natural das coisas, estágio, primeiro emprego, uns anos depois um mestrado do outro lado do Oceano, umas viagens loucas à volta do mundo... o normal, disse eu? Hoje um amigo meu disse-me ‘Vais quando? Quando tiveres preocupada com a carreira, as férias marcadas ao minuto e uma carrada de filhos?’ – respondi-lhe mais rápido que o pensamento. ‘Tenho tempo!’


E não será esse o mal dos que nada fazem de jeito na vida? O terrível pensamento de que ainda se tem tempo, que se tem todo o tempo do mundo e que amanhã também pode ser o dia? É provável que seja o mal de todos os génios de gaveta, de todos os escritores de páginas que não ousam dar a ler, de todos os pintores de passatempo – não condeno. Ou até posso condenar, a genialidade deve ser partilhada, as estórias que fazem parte da nossa história também devem ser partilhadas, a arte é de todos quando é arte. O que condeno é esta coisa da minha cabeça de ‘tenho tempo’! Pode ser que não tenha tempo nenhum, se amanhã me passar um camião por cima ainda me falta fazer uma serie de coisas, se amanhã ficar com amnésia será que alguém um dia vai publicar o que nunca tirei da gaveta?

E se nada disto acontecer? Mesmo que um camião não me passe por cima e eu tenha uma vida longe de percalços farei tudo aquilo com que sonhei aos 21 anos? Ou terei um dia coragem de dar a outros o que escrevi?


Viajo até ao poeta – aquela personagem poeta que tanto atemoriza os alunos do secundário. Sento-me ao lado dele... olho-o de soslaio, tenho um respeito enorme por todos os que um dia publicaram o que a caneta desenhou em suas mãos, mesmo que não seja uma obra-prima, um Nobel, um Pulitzer, mesmo que não passe de BD ranhosa dos jornais espanhóis.

E volto a olhá-lo:

– ‘Diz-me poeta, ainda tenho todo o tempo do mundo?’ –

Não obtenho resposta. De de hoje em diante o tempo que tenho terá que ser o necessário para concretizar as coisas de primeira instância, depois até pode ser que faça as de segunda, se for uma miúda de sorte farei as de terceira e se a sorte for uma constante concretizarei todos os meus sonhos – que na sua infância não são mais que ser feliz da melhor maneira possível, com a sabedoria que vou absorvendo, com a curiosidade que vou tendo e com a liberdade de quem pode sentar-se num banco de jardim e sorrir aos pássaros que passam.


Esta é uma das razões porque esta cidade me fascina, porque as pessoas parecem ter mais tempo que o normal, porque há pais que brincam com os filhos no jardim ao fim da tarde, porque há tempo para três dedos de conversa com a vizinha, porque há gente por todos os lados nas ruas, porque os séculos e os milhões de pés que pisaram estas ruas não apagaram a magia da Ciudad Dorada. Porque aqui, o meu tempo dá para sair da faculdade a meio da tarde, passear nas ruas, fazer recados, lanchar, responder aos emails, trocar dedos de conversa com o Sr do café, acabar os trabalhos de casa, sentar-me no jardim e finalmente deixar que os passarinhos me transportem para a sua vida despreocupada de tempo, decisões e caminhos.

sábado, 21 de março de 2009

Bons instintos!

Adoro quando os meus instintos são os correctos!
Cerca das onze da noite saí de casa, depois de muitas voltas dar ao outfit lá me decidi por ir toda de preto com uma simples bolsa roja e um pormenor no relógio – ninguém poderia apontar-me o dedo quanto à falta de rigor temático. Como sabia que a noite ia ser longa parei no habitual Fontana para ingerir cafeína, bem me tramei porque os espanhóis desligam as máquinas cedo de mais, e lá fui eu com o meu gin e as minhas águas tónicas até casa da Jessica.

(Falha minha nunca vos apresentei decentemente os meus amigos espanhóis, por isso prometo esta semana uma apresentação conveniente!)

Quando lá cheguei tudo estava a rigor, a malta tinha levado a sério o tema, parecíamos uma reunião de Rojos ao mais alto nível, escusado será dizer que as piadas se centraram nisso mesmo... enfim, em Espanha é melhor não abrir muito a boca quanto à política, o livro que estou a ler explica bem que o silêncio é a melhor opção. Sangria em panelas, animação no ar, muita música, muita disposição e estava o mote dado para uma noite de várias danças e variadas brincadeiras.

Às vezes, é inevitável, a noite salmantina irrita-me, era importante que a de ontem corresse bem para me voltar a divertir por estas terras! E assim foi! Depois de muitos copos e da comum fotografia de grupo lá saímos de casa em magote, qual fila de colónia de férias – aqui sai-se em magote para qualquer lado, e rumámos a um bar na Gran Vía, falha minha não sei o nome, de qualquer das formas posso assegurar-vos que o ambiente é óptimo e a música faz as delícias da minha pessoa! Um remember das noites de Plateau com um saborzinho a noite espanhola – é o bom de sair à noite com amigos que tiraram tradução, gostam mais de música estrangeira do que da espanhola, fogem à normalidade da fauna salmantina.
A música ia tomando conta de nós e, como vai sendo da praxe, às páginas tantas já todos somos amigos para vida, eternas promessas de amizade, abraços comovidos, e o certo é que quando nos abraçamos e dizemos ‘te quiero há qualquer coisa de muito confortante nesse momento. Talvez eles não saibam que marcam a nossa vida a cada troca de palavras, se calhar nem lhes passa pela cabeça que são o mais próximo de uma família, mas eu sei que foram eles que me mostraram tantas vezes que, aqui, a vida passa demasiado rápido.

Por volta das cinco da manhã a manada seguiu o seu caminho e eu recolhi a casa – sem café a noite não podia ir muito mais longe que as cinco – e os meus pés pediam misericórdia... porque é que as mulheres são tão masoquistas no que toca a saltos altos?!

Hoje acordei com uns réstios de noite, tomei aquele banho que sabe por uma vida inteira e rumei até uma mesa de esplanada, eu, o meu café, a minha fiel água com gás e uma rodela de limão, o fantástico livro “Os Fantasmas de Espanha” e o meu amor eterno, o sol! E por ali me quedei algumas horas, deixando que a minha mente fosse esboçando este estilhaço e que a presença da Primavera me viesse visitar.

Segue-se mais uma noite hoje, desta vez o grupo é todo Erasmus e o jantar é na Van Dick, a rua onde todas as portas vão dar ao fantástico mundo de pinchos e cañas!

Boa noite caros leitores,
Que a Primavera vos surpreenda e que a boa disposição tome conta de vós,
Maria

sexta-feira, 20 de março de 2009

algo me diz...

Algo me diz que este fim-de-semana vai ser de arromba!

A Pia veio passar uns dias, a Jessica faz anos, a Primavera já chegou e a malta tem saudades de leitão preto e afins!

Para voltar ao passado era preciso que a Tancy cá estivesse e a Juanita também tivesse vindo, mesmo sem as suas presenças tentaremos fazer jus às suas animadas pessoas e não nos esqueceremos delas num brinde pela noite salmantina!

Está um dia lindíssimo... a noite promete! Mesmo quando tema é ROJO - a única palavra que eu não sei, de todo, dizer em español!

WELCOME TO THE FIESTA!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Dia do Pai

Será um cliché pelo mundo da blogoesfera... até pode ser que seja um grande cliché, mesmo para mim que fujo deles como o Diabo da cruz, mas é um cliché que não quero deixar passar!

Por aqui está um dia fabuloso, o termómetro marca 27 graus, acordei com uma chamada da Tancy, que por esta hora deverá estar esparramada numa qualquer praia da capital... levantei-me, andei a deambular pela casa silenciosa, liguei os computador e zarpei até aos habituais sites.

De repente ocorreu-me a ideia! "Hoje é Dia do Pai, é por isso que estás em casa e não na faculdade!!!" - é verdade, por aqui é feriado!

Tentei a muito custo lembrar-me de alguma coisa especial que dê para congratular os meus Pais à distância de 500km, por isso aqui vai:

ao Pai João um obrigada pelo incentivos de escrita, de canto e de felicidade;

ao Pai Carcaça um obrigada pelos mimos, as chamadas de atenção, os filmes, as palhaçadas e aquela sempre boa disposição;

ao Pai Tio Rebola um especial obrigada por ter estado sempre na cortina de fundo a aplaudir as vitórias e a apoiar as derrotas...

Aos meus três Pais, e a cada um de uma maneira tão especial que não sei transpor em palavras, quero que saibam que sou uma filha muito feliz!

FELIZ DIA DO PAI!
FELIZ DIA DOS FILHOS!

Maria

quarta-feira, 18 de março de 2009

às vezes...

Sempre achei que a minha estada aqui ia provar a minha teoria que não preciso da presença de um homem para sobreviver à vida doméstica...

Hoje, e na última meia hora da minha vida, a minha teoria caiu por terra! Quando abri a porta da minha casa-de-banho tinha lá dentro um pombo, mesmo em cima dos meus cremes... por favor!!! É capaz de ser o bicho que mais nojo me mete, que mais me repudia e que me deixa petrificada!


Um pombo na minha casa-de-banho, quando estou sozinha em casa e não tenho um homem para quem ligar a pedir ajuda é que não!!!

Eu fiz um estendal, eu matei as baratas, as melgas, arredei moveis, furei parede, colei armários fiz tudo direitinho e sem nunca precisar da presença masculina.

Agora um pombo?!?! Um pombo é demais!!! Até para mim!!!
só há uma coisa a fazer depois de se acabar de ver o último episódio de Sex in the City...


- Hey Kid, You Are The One!

terça-feira, 17 de março de 2009

Catálogo de Chefes Para a Mesa 5

Sempre me encanitou a preocupação humana de dar nomes às coisas, de encaixar tudo no sitio certo. Parece que há uma necessidade de estar tudo impecavelmente catalogado, registado e nomeado de símbolos e signos.
Há uns dias que ando com esta ideia utópica de tentar fugir aos catálogos sociais que nos são impostos desde pequenos – digo utópica porque se torna quase tão impossível como concretizar a ‘UTOPIA’ de Thomas More.

Ainda ontem perguntava a uma amiga como estava a vida amorosa dela, disse-me que tinha andava a ver um rapaz, bombardeei-a de perguntas, possível namorado, caso, amigo colorido?! É estúpida esta necessidade de se dar logo um título a alguém só pela segurança que esse título nos pode trazer. Fiquei a pensar no que ela me disse –‘ não sei o que é mas estou feliz!’ – simples! Talvez por isso seja tão complicado para a sociedade aceitar a simplicidade das coisas...

Se o assunto já estava quase a morrer na minha cabeça, a minha aula de Auditoria Cultural veio reanimá-lo com fortes choques. O tema de hoje eram as empresas e os tipos de gestão que existem – para isso a senhora bombardeou-nos, durante 3 horas sem intervalo, com uma alegoria de árvores, troncos, ramos, folhas e frutos... comecei logo a bufar! Como é que é possível que alguém se dê ao trabalho minucioso de catalogar as relações de poder nas empresas de tal maneira que se torna impossível fugir à standartização da teoria?! Uma empresa de publicidade é uma empresa nuclear, tem um espírito e a materialização desse espírito está na capacidade de inovação e aventura de quem nela trabalha!
Que bonito! E logo salta a Senhora com a teoria de que os frutos apodrecem – boa! E como apodrecem também os produtos das empresas podem entrar em putefracção. E por aí fora... devo ter feito uma cara de tal maneira expressiva que o meu colega do lado me perguntou se eu achava aquilo uma palhaçada, respondi-lhe que sim!
E acho! Mais que uma palhaçada acho um circo ao mais alto nível de exigência corporal, custa-me a crer que as empresas sejam tão espartilhadas por conceitos que se dão em modo de missa numa aula de 4º ano de Publicidade. Partindo da premissa que as empresas são feitas por pessoas e para pessoas só a comunicação poderá ser a ponte entre elas... quantos anos se andou para definir comunicação?! Chegou-se a algum conceito universal e indiscutível?! Se a resposta é não e se se pode sempre contornar com outras cores porque será que as relações comunicacionais que se dão nas empresas têm sempre que ser tão estudadas ao limite?
Outra das coisas que me deixou em modo trance foi a atribuição de nomes de Deuses aos altos cargos das empresas, e como para cada um desses Deuses há um desenho que pode ir desde a teia de aranha até à casa.
Sou só eu que acho isto parvo e descontextualizado? Quando começar a trabalhar em Setembro também me vou pôr a avaliar o meu chefe e atribuir-lhe um desenho e um Deus? Há uma necessidade de tornar as Ciências Sociais demasiado exactas – só nunca entendi o porquê. Ou melhor, acho que é uma luta ressabiada com as Ciências exactas, o meu Avô dizia que ‘letras são tretas’... É impossível que as Ciências Sociais um dia sejam exactas, quanto mais não seja porque são comunicacionais e a comunicação dá-se com e para pessoas... quem nos dera a todos que cada um de nós viesse com manual de instruções e talão de troca! Não é isso que acontece, cada um tem o seu manual em branco e vai escrevendo nele o que a vida se encarrega de o fazer ver, e o que para mim hoje é tido como certo não tem necessariamente de o ser para o resto da minha vida.

Vim para casa a olhar para todo o tipo de homens executivos que se cruzaram comigo, a cada um deles tentei encaixar um dos conceitos que dei na aula de hoje, e a única coisa que realmente consegui foi decorá-los na ponta da língua, porque me parece plastificada esta ideia de cada tipo de chefe obedece a regras teóricas rígidas e jamais ultrapassáveis.

Agora sei os conceitos – só não sei para que eles servirão na nossas futuras carreiras profissionais!

O Homem e esta coisa do catálogo! Somos mesmo estranhos!

domingo, 15 de março de 2009

Bom dia, barata!

Já vos tinha falado da obra de arte que a Natureza me deixou no corredor – bolor. Até já me tinha habituado à enorme mancha de várias cores que adorna a parede que outrora foi branca.
O que ainda não vos tinha dito é que há uns pequenos e repugnantes seres que habitam comigo – baratas.

Espero que a minha Tia Teresa não venha ler o blog nos próximos tempos...

Pois é! Baratinhas! Ora grandes, ora pequenas, sempre de patas para o ar e sempre no caminho da Constança. Parece que elas têm um fascínio especial pela Loirinha cá de casa, e perto de mim mal se chegam. A Natureza tem mesmo coisas que não se entendem, elas podiam escolher a minha pessoa para aterrorizar, o máximo que iam conseguir de mim era um ar de piedade e uma visita ao saguão – mas não, elas teimam em aparecer à Constança, surgem, na maior parte das vezes no quarto dela, e assombram os dias da pequena!

Hoje, enquanto varria o corredor e mirava de soslaio o bolor e a sua obra de arte, tropecei num dos pequenos seres de pernas para o ar, lá agarrei nele pelas patas e joguei-o saguão abaixo – e este pequeno gesto de agarrar numa barata levou-me até aos Verões de S. Martinho, onde as baratas habitavam o terraço e o meu Avô João, volta e meia sem a minha Avó ver, as pisava e riamos como duas crianças. Acho que foi nesses Verões que criei um carinho especial pelo bicho barata. Não tanto pelo bicho em sim, mais por aquilo que ele me faz lembrar: as chegadas da praia de mão dado com a Avó, as sestas com o Avô, os lanches na praia com os primos, os passeios de barco que eu tanto detestava, o cheiro a infância que já não volta, as ameixas comidas à mão no mercado, as chuchas que a Clotilde me comprava e que eu punha nos colares, e tantas outras coisas que me deixam nostálgica.

E não posso deixar de pensar que toda esta nostalgia me veio visitar porque, a meio da minha manhã de faxina, uma barata me veio dizer “Olá!”

Cheira a mata-bichos e espero que elas se assustem e fujam cá de casa, porque eu até posso ter um carinho especial e parvo por elas, mas ter que sacudir as sabrinas sempre que as quero calçar porque elas morrem no armário... não, obrigada!

sábado, 14 de março de 2009

publicidade... queres-me largar?

Sinceramente, começo a ficar farta de passar horas e horas em frente ao computador para fazer práticas e trabalhos de publicidade!

JÁ ALGUÉM SE APERCEBEU QUE ME ESTOU A LICENCIAR EM COMUNICAÇÃO CULTURAL? E QUE QUERO CULTURA E NÃO PUBLICIDADE?

A continuar assim acabo em Junho a saber mais de publicidade do que de comunicação cultural, e se calhar até nem faz mal! Nas minhas pesquisas para a prática desta semana descobri num blog de um amigo de um amigo meu (?queres-te cingir ao real, Maria?) que a Dove teve uma campanha nas salas de cinema... e eu penso? Escolhi eu o curso certo?

Sim, escolhi!
Enquanto houver uma única pessoa no mundo que se interesse por cultura, respire cultura e veja na cultura o grau de inteligência de um país, eu escolhi o curso certo!

Hoje, apetecia-me ir ao Teatro. Em Portugal, falado em Português, feito por Portugueses.
Não posso.
Talvez por isso mesmo me tenha atirado em voo picado pela programação de Abril, e aí vou poder ir ao Teatro e ao Cinema, e posso ler o Expresso em papel! Ah, e a Visão! E até pode ser que não faça nada disto, mas em Abril estou de férias, no meu país e não vou ter publicidade, nem auditoria cultural nem literatura para me matarem os fins-de-semana! Só vou ter o Set para passear, as Avencas para estrear, as amigas para dançar, os jornais para ler, e tantas coisas boas que me vou permitir meia hora de sonho agora mesmo!

E depois... depois minha gente! É sábado à noite e eu moro na rua do bares!

Beijinhos e saudades,
Maria

sexta-feira, 13 de março de 2009

Obsessão 3 de março de 2009

Melendi e sua voz rouca... pode ser?

Vou passear!!! AHAHAHAHAHA

NIC-PIC

Inauguração oficial dos dias sem meias, das tardes ao sol no jardim da Catedral, dos nic-pic ou pic-nic de 2009!

Ai como eu gosto de viver nesta cidade quando o sol desponta e ela fica dourada só para mim! E o sol aquece-me a pele e deixa-me em modo harpas e djambés por uma tarde em que só eu e a Natureza nos embrenhamos num livro de Pensamento Político!

Adoro, Venero a Primavera! Mesmo quando espirro uma tarde inteirinha, mesmo quando tenho comichões no corpo todo, mesmo quando as abelhas me melgam o juízo e mesmo quando não posso ir para a praia.

Amanhã é dia de festa na faculdade, haverá capea (garraiada), copos e animação para todos, professores incluídos nas festanças... no comments.

Hoje apercebi-me bem da sorte que tenho! Uma sorte que não sei porque me foi concedida mas que quero saber aproveitar até ao fim.




Os meus irmãos mais novos fazem anos hoje... queria um tele transporte para lhes poder dar os Parabéns! Como não posso espero que saibam que vos adoro muitíssimo e que quando menos esperarem estou aí para pormos a Mãe com a cabeça em água! Muitos Beijinhos Manos! PARABÉNS!!!

Bom fim-de-semana a todos,
que o sol e a Primavera vos acompanhe,
Maria

segunda-feira, 9 de março de 2009

verborreia / escritorreia

Há mesmo dias em que sofro de verborreia... por isso hoje parece-me que a vou transpor em escritorreia.

Que se lixe quem não quer ler! Não obrigo ninguém a ler. Lê quem quer!

Hoje, neste dia em que declarei as minhas obsessões ao mundo da blogoesfera, também me apetece declarar que o Ser Humano é, por norma, parvo! Qualquer que seja o seu género, cultura, idade, meio social, não interessa para o caso - a partir do momento que é um Ser Humano é parvo e pronto.

1- Tem a incrível capacidade de ser masoquista.
2- Adora ser masoquista.
3- Sabe que é masoquista e não se chateia por aí além.
4- Ouve irrepetidamente diálogos parvos e masoquistas.
5- E, Graças a Deus, ama ser masoquista.

E eu pergunto-me:

1- O masoquismo dói mais que três aparelhos na boca ao mesmo tempo?!
Sim, dói.
2- Se dói mais que três aparelhos ao mesmo tempo porque raio é que se é masoquista?
3- Sabe, dói-lhe horrores, mesmo assim não luta contra a corrente do masoquismo! Porquê?!
4- Só mudam as personagens, os diálogos são, por norma, os mesmos! Então para que é que se conversa?!
5- Ama?! Será que é esse mesmo o sentimento que se tem quando se é masoquista? Amor?

E, adivinhem só! Não tenho nenhuma resposta que satisfaça os meus desejos de resposta. Nem uma que se assemelhe a alguma coisa parecida com resposta.

E neste meu exercício de escritorreia eis que me surge uma musiquinha cantarolada por algum poeta da música que diz qualquer coisa sobre caminhos (des)cruzados. E eu volto a questionar-me sobre as relações humanas e as suas teias masoquistas.

A única coisa que me descansa nesta 2ª feira interminável é que eu sei que neste jogo de masoquismo há sempre alguém que tem o discernimento de ser um bocadinho menos masoquista que o resto da manada.

Espero um dia, ser eu essa pessoa menos masoquista. Para já, vou desligar este poeta da música que me está a consumir os ouvidos. Depois talvez vá passear por entre as ruas da cidade... quem sabe se não esqueço o normal e as suas parvas regras e me ponho por aí aos abraços?

Talvez faça isso mesmo! Vou transportar a minha escritorreia para abraçorreia. Espero que ninguém me ache louca.

Ou se calhar até sou mesmo louca!

E daí?

Indiferente!

'Tenho a minha loucura e ergo-a como um faixo na noite escura'



Só não sei porque é que esta escritorreia não me larga de vez!
Porque hoje, dia 9 de Março de 2009 tenho que dizer ao mundo que aqui e agora

ODEIO AS RELAÇÕES HUMANAS
SOU APAIXONADA PELA VIDA
ADORO TER ESCRITORREIAS QUE IRRITAM OS VISITANTES DO MEU BLOG
ADORO ESCREVER MAIS RÁPIDO QUE O PENSAMENTO


É sinal que as minhas mãos sabem mais de mim do que a minha cabeça e subitamente as coisas quando são ditas perdem o seu cunho de segredo! E como é bom não ter segredos! Melhor ainda é poder sentir-me muito mais leve agora.

Vou calar de vez este poeta da música.
Vou passear de vez pelas ruas.
Vou deixar que o meu pássaro ganhe asas e voe para bem longe do planeta masoquista.
Ainda há mais uma coisa que gostava de deixar claro nesta segunda-feira do mês de Março:

amo receber comentários... mas dá para não serem anónimos, sff?

Março - mês de obsessões

Não creio que seja uma pessoa de obsessões, acho mesmo que nunca tive uma verdadeiramente!

Por isso mesmo, este mês de Março de 2009, declaro perante os leitores de Estilhaços Salmantinos que, desenvolvi duas obsessões:

Mr Big

and Mr not so Big.


Agora sim!!! Sou uma obsessiva digna de desse nome.

Amendoeiras em flor

Regressei ontem de Zamora. Apaixonei-me pela cidade, pelas suas ruas, as suas cores as suas amendoeiras em flor. Deitei-me na relva à beira Douro e lembrei-me das tantas e tantas vezes que me deitei à beira do Sado.
Há qualquer coisa nas beiras dos rios que me deixam tranquila.

Partimos na 6ª feira, música aos berros e uma pequena malinha! Em 50 minutos abriu-se uma nova cidade e novas caras. Procuramos instalações para nos quedarmos tranquilinhas... os primeiros hostais que visitamos metiam o seu medo: Hostal Chiqui – de repente estávamos numa daquelas casas de velhotas cheias de biblots, a cheirarem a hospital e com umas camas ‘muy anchas, como no van a encontrar en Zamora, sí se quedaren por más que una noche pido a mi hija para hacer ...’ – já não ouvi mais, o cheiro incomodava-me em demasia. Segundo hostal: Hostal Luz - ok, desta vez estamos nuns balneários e ninguém me disse, cheira a cloro, as paredes são tão brancas que ofuscam e a senhora é uma besta mal criada... prosseguimos caminho, depois de algumas tentativas encontrámos o Parador. FRUTA A MAIS PARA AS PEQUENAS CHICAS DE ERASMUS... e lá fomos nós já meias desapontadas com os hotais que não eram o que esperávamos. E eis que!!! HOSTAL SIGLO XX!!! Um mimo de quarto, um mimo de senhora, um mimo de cheiro e um mimo de preço! É aqui!!!

E foi ali mesmo que pernoitamos as duas noites em Zamora. Na primeira demos uma volta de reconhecimento e jantamos lindamente num barzinho de Sidra, fomos beber um copo a um bar giríssimo em que a pista de dança era uma recriação de gruta... o cansaço venceu-nos e recolhemos ao siglo XX para dormir.
Sábado foi dia de morangos comidos no mercados de abastos, dar a volta à cidade, visitar as mil e setecentas igrejas que Zamora tem, sentirmo-nos em harmonia com a sua arquitectura do séc XII/XIII, calcurrear todas as ruas possíveis e deleitarmo-nos com a luz da cidade. Entre o Museu da Semana Santa e uns postais escritos ao sol do fim da tarde íamos a caminho do hostal e passou por nós um desfile de motas. Foi ouro para os meus olhos!

As sirenes dos batedores a abrirem caminho traziam atrás de si o maior dos desfiles de motas jamais vislumbrado pela minha pessoa. Uma delas (a do campeão do mundo de qualquer coisa) era uma junção de carrinho de choque, com nave espacial fazendo uma ode a um casino, das suas colunas saía uma música que inundava a Plaza Mayor de Zamora. Gostaria de ter tirado umas fotografias para mostrar aos interessados, mas a máquina ficou sem bateria a meio da tarde!

Jantámos arroz à Zamorana e fomos directas para a cama, o dia tinha sido longo, com muita caminhada e no Domingo havia que visitar a Catedral e o Museu. Assim foi – o Museu é pouco digno de ser chamado Museu, a Catedral é lindíssima, diferente do que já vi e como estava a decorrer a missa havia uma evolvência ainda mais sagrada.

A missa em Espanhol tem qualquer coisa ainda mais transcendente que em Português. Acho que é pela força da língua e a musicalidade estrondosa que ela tem. Como era o dia da mulher o Sr Padre falou um pouco das mulheres de todo o mundo e eu viajei até ao Brasil... quando regressei a conversa estava no amor que as mulheres podem dar tão incondicionalmente e aí pensei ‘Mas que raio!!! Este gajo persegue-me?’ – tempo para sair e me perder em considerações sobre o amor e as relações humanas enquanto regressava ao centro da cidade e me encaminhava o mais lentamente possível para o carro.

Tempo de regressar a casa e deixar que Zamora fique comigo por muitos e bons anos.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Sex in the City

o novo vicio viciante do chalet! bolas!!! como eu tenho uma relação de amor-ódio com series!

segunda-feira, 2 de março de 2009







há coisas paras as quais as palavras se tornam vazias...








domingo, 1 de março de 2009

ignorância

hoje estou deveras irritada com a porcaria do blog... não me aptece (des)escrever o fim-de-semana. foi demasiado especial, foi bom demais... limitar-me-ia a colocar algumas fotografias se a internet, juntamente com o blog e a minha não sabedoria informática mo permitissem. hoje - odeio estes estilhaços que pela inantigibilidade das palavras não me deixam dizer que fui e sou feliz em Salamanca.



este fim-de-semana tive visitas muito especiais. Tio Rebola, Kiko e Konxinha - obrigada!



este fim-de-semana tive amigos portugueses a bailar comigo. Paulinha, Kiki, Puga e Ana - obrigada!



este fim-de-semana desgraçou a minha dieta. Gin, pão, arroz - obrigada!



este fim-de-semana, mais um fim-de-semana, em que a vida me mostra que há coisas que me fogem das mãos - maldita internet e maldito blog que não me deixa, simplesmente, pôr fotografias em vez de aglomerados de palavras.