sábado, 21 de março de 2009

Bons instintos!

Adoro quando os meus instintos são os correctos!
Cerca das onze da noite saí de casa, depois de muitas voltas dar ao outfit lá me decidi por ir toda de preto com uma simples bolsa roja e um pormenor no relógio – ninguém poderia apontar-me o dedo quanto à falta de rigor temático. Como sabia que a noite ia ser longa parei no habitual Fontana para ingerir cafeína, bem me tramei porque os espanhóis desligam as máquinas cedo de mais, e lá fui eu com o meu gin e as minhas águas tónicas até casa da Jessica.

(Falha minha nunca vos apresentei decentemente os meus amigos espanhóis, por isso prometo esta semana uma apresentação conveniente!)

Quando lá cheguei tudo estava a rigor, a malta tinha levado a sério o tema, parecíamos uma reunião de Rojos ao mais alto nível, escusado será dizer que as piadas se centraram nisso mesmo... enfim, em Espanha é melhor não abrir muito a boca quanto à política, o livro que estou a ler explica bem que o silêncio é a melhor opção. Sangria em panelas, animação no ar, muita música, muita disposição e estava o mote dado para uma noite de várias danças e variadas brincadeiras.

Às vezes, é inevitável, a noite salmantina irrita-me, era importante que a de ontem corresse bem para me voltar a divertir por estas terras! E assim foi! Depois de muitos copos e da comum fotografia de grupo lá saímos de casa em magote, qual fila de colónia de férias – aqui sai-se em magote para qualquer lado, e rumámos a um bar na Gran Vía, falha minha não sei o nome, de qualquer das formas posso assegurar-vos que o ambiente é óptimo e a música faz as delícias da minha pessoa! Um remember das noites de Plateau com um saborzinho a noite espanhola – é o bom de sair à noite com amigos que tiraram tradução, gostam mais de música estrangeira do que da espanhola, fogem à normalidade da fauna salmantina.
A música ia tomando conta de nós e, como vai sendo da praxe, às páginas tantas já todos somos amigos para vida, eternas promessas de amizade, abraços comovidos, e o certo é que quando nos abraçamos e dizemos ‘te quiero há qualquer coisa de muito confortante nesse momento. Talvez eles não saibam que marcam a nossa vida a cada troca de palavras, se calhar nem lhes passa pela cabeça que são o mais próximo de uma família, mas eu sei que foram eles que me mostraram tantas vezes que, aqui, a vida passa demasiado rápido.

Por volta das cinco da manhã a manada seguiu o seu caminho e eu recolhi a casa – sem café a noite não podia ir muito mais longe que as cinco – e os meus pés pediam misericórdia... porque é que as mulheres são tão masoquistas no que toca a saltos altos?!

Hoje acordei com uns réstios de noite, tomei aquele banho que sabe por uma vida inteira e rumei até uma mesa de esplanada, eu, o meu café, a minha fiel água com gás e uma rodela de limão, o fantástico livro “Os Fantasmas de Espanha” e o meu amor eterno, o sol! E por ali me quedei algumas horas, deixando que a minha mente fosse esboçando este estilhaço e que a presença da Primavera me viesse visitar.

Segue-se mais uma noite hoje, desta vez o grupo é todo Erasmus e o jantar é na Van Dick, a rua onde todas as portas vão dar ao fantástico mundo de pinchos e cañas!

Boa noite caros leitores,
Que a Primavera vos surpreenda e que a boa disposição tome conta de vós,
Maria

Sem comentários:

Enviar um comentário